Rolou nos dias 14 e 15 de outubro a edição do Ultra Brasil 2016 no Rio de Janeiro. Depois de alguns problemas burocráticos e mudança do local do evento faltando uma semana para o início, o festival aconteceu no Sambódromo, com um público em torno de 30 mil pessoas por dia.
Nós fomos com a expectativa lá em cima, mesmo sabendo que a estrutura podia estar comprometida, considerando o pouco tempo que tiveram para adaptar tudo. Chegando lá notamos que a organização estava em ordem, mas em uma proporção menor do que todos esperavam. Ao ver a cara das pessoas de frente para o palco principal, com aquele show de luzes, logo deu para perceber que o tamanho do evento era apenas um detalhe para tanta vontade de curtir que a galera estava.
Outro ponto que ajudou muito na animação do festival foi a quantidade de pessoas fantasiadas e produzidas de forma divertida, que é uma característica do Ultra e de festivais internacionais. As pessoas se inspiraram e criaram looks bem personalizados para chamar a atenção e fazer a galera sorrir!
Cada palco conseguiu criar sua própria vibe de acordo com o estilo e música. O mainstage reunia a maioria que queria ver os nomes mais comerciais, como Martin Garrix, Hardwell e Steve Aoki. Um bom ponto foi o destaque para DJs brasileiros, que fizeram bonito no mainstage, ganhando ainda mais visibilidade e novos fãs por aqui. Alok, Ftampa, Felguk, Vintage Culture e Tropkillaz fizeram a pista lotar e dançar sem parar. O live da Krewella que rolou no palco principal também foi algo para fugir do convencional. Com guitarra e bateria, a apresentação levantou muito o público e deu um gostinho de show de rock para quem estava por lá.
Alguns pontos foram bem criticados pelo público, considerando a organização do festival. O primeiro foi que, como sexta-feira era dia útil e o festival começou as 15h, a maioria das pessoas só começou a chegar depois das 18h, e aí a confusão começou: chegou a ter fila de até 2 horas para entrar no evento. Isso fez com que muitos já entrassem decepcionados, mas que aos poucos foram aproveitando e curtindo até o fim da noite.
Quanto à quantidade de bares e banheiros, quando chegava no auge da festa, notava-se muitas filas e falta de preparo. Os bares estavam com poucas máquinas para ler o cartão de consumação, o que segurava muito o tempo de atendimento, e os banheiros não tinham limpeza e cabines suficientes. Valia a pena andar por todo o evento para achar alguns lugares mais livres, mas em certo ponto da noite, nem esses escapavam de filas.
O preço da bebida lá dentro era alto, principalmente da água. Encontramos apenas um bebedouro próximo da pista UMF Radio, e mesmo escondido, tinha uma fila grande para encher a garrafinha.
Considerando nossas experiências no Ultra Miami e no Ultra Europe, nós entendemos que o festival acontece em formatos diferentes em cada país, com seus pontos positivos e negativos. No Ultra Miami a água é gratuita em vários postos, porém na Europa isso não existia e o preço das bebidas era tão caro quanto aqui. O local escolhido impacta muito na organização, já que a entrada e a saída ficam limitadas ao espaço físico, e é outra coisa que precisa ser muito planejada em um festival deste porte.
Apesar dos problemas, o Ultra fez uma edição muito bem-sucedida no Rio! Quem não acreditava no sucesso do evento, ao ver a imagem de milhares de pessoas reunidas e se divertindo durante os dois dias pode ter mudado de opinião. Saímos de lá satisfeitas e com a sensação de que a próxima edição pode aproveitar os aprendizados desse ano e fazer um evento ainda melhor!