Nos dias 15 e 16 de novembro, nós fomos presenteados com a segunda edição do Time Warp 2019 Brasil! Podemos dizer, inclusive, que os latino-americanos puderam tirar uma lasquinha desse mega festival alemão, já que encontramos diversas nacionalidades espalhadas nos dois dias em São Paulo.
Antes de contar como foi, vale recapitular que o Time Warp é um dos festivais de música eletrônica underground mais bem conceituados pelo mundo e essa edição fez parte da sua comemoração de 25 anos. Com uma trajetória de sucesso, já passou também por países como Holanda, Estados Unidos e Itália, mas correu o risco de perder sua credibilidade após uma edição com sérios problemas de organização na Argentina em 2016. Podemos dizer que a lição foi aprendida e desde que vieram ao Brasil, a organização se tornou um dos principais pilares do TW.
Comandada pela empresa brasileira Entourage, produtora de festivais como Só Track Boa e Kaballah, é fácil listar o que funcionou dentro do festival: entradas sem filas, banheiros na maioria das vezes limpos e em boa quantidade, diversos caixas ambulantes, bares em geral sem muita demora para retirar a bebida (salvo no final do segundo dia, que deu uma descontrolada), além de praça de alimentação bem estruturada, palcos com espaços suficientes e soundsystem de alta qualidade.
O local escolhido foi o Sambódromo do Anhembi, que teve o mesmo espaço aproveitado do último ano. Quem está acostumado com grandes festivais se deparou com uma estrutura mais enxuta, focada realmente nos dois palcos e uma área ao redor para descansar, assim como costuma ser o conceito por trás do TW, em que a entrega se resume à música e ao conforto.
Sentimos apenas falta da decoração completa do Cave Stage, que dessa vez veio em uma versão "reduzida", apenas na área central da cobertura. Mesmo assim, podemos dizer que o teto conseguiu manter o objetivo de trazer o público para uma grande imersão com jogos de luzes e efeitos hipnotizantes.
Falando sobre música, vale destacar que adoramos a escolha de separar dois dias em estilos aparentemente distintos, pois sentimos que em cada noite vivemos uma experiência completamente diferente.
A energia vivida no primeiro dia dentro do Cave Stage com Eli Iwasa, Rødhåd, Amelie Lens, ANNA e Richie Hawtin carregava o peso do bom e conhecido techno. No Outdoor Stage, Ricardo Villalobos, mesmo com seu estilo peculiar e parecendo "levemente alterado" no palco, fez a felicidade dos que curtem um som mais minimalista, seguido de um dos atuais ícones da música eletrônica underground de Chicago, The Black Madonna.
A DJ brasileira Eli Iwasa inclusive nos contou como foi essa experiência: “O Time Warp foi a realização de um grande sonho. Fiquei muito feliz com meu slot, antes do Rødhåd que é um dos meus DJs de techno favoritos, e peguei um Cave Stage bem cheio no meu horário. Não dá para explicar o que é ver uma pista daquele tamanho explodir, eu ouvia a vibração das pessoas, enxergava um mar de braços para cima, e só agradecia por viver aquilo.”
Já o segundo dia, visivelmente mais cheio, teve a leveza que a house music pode trazer para uma pista! Destaque para o set do sueco Axel Boman e, é claro, da sul coreana Peggy Gou, que não deixou de fora clássicos como "Hey Girl, Hey Boy" do The Chemical Brothers e "I Feel Love" da Donna Summer.
Sabíamos que o nome da noite provavelmente seria a espetacular Honey Dijon com suas tracks com muita pegada 80s, e ela não decepcionou! Remixou desde "Vogue" da Madonna à "Juice" da cantora Lizzo e foi intensamente aplaudida ao encerrar sua apresentação e, também, o festival.
Na nossa opinião, a qualidade musical envolveu o público do início ao fim, e o festival tem um potencial gigante para se desenvolver por aqui. Ah, falando nisso, a próxima edição já foi confirmada: vai rolar Time Warp Brasil 2020, nos dias 13 e 14 de novembro do ano que vem. Já dá para confirmar presença no evento oficial do Facebook e ficar ansioso pelas novidades que virão no ano que vem!
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