Já faz alguns anos que o movimento de festas independentes vem se consolidando em São Paulo, inclusive são pauta em diversas discussões sobre música e festas no Brasil, como vimos no Rio Music Conference. A liberação mais frequente da prefeitura para ocupação de locais públicos pela capital paulista foi um dos principais incentivos para esse crescimento, e em 2016 foram centenas espalhadas pela cidade, que variaram o estilo desde música eletrônica até funk.
Com base nas experiências que nós tivemos nós vamos selecionar as principais e quais mais gostamos:
As festas de música eletrônica alternativas são destaque no cenário atual. Todas tem em comum a realização em locais diferentes e inusitados. Uma das primeiras e mais tradicionais é a Carlos Capslock, que junta os entusiastas das festas alternativas de house e techno na cidade. Outras duas muito requisitadas são a ODD, que tem o foco em apresentações live e diversas vertentes do techno (inclusive já trouxe para Brasil grandes nomes como Rødhåd), e a Subdivisions, do mesmo estilo, que vem construindo um público fiel e descolado com atrações internacionais.
Ainda falando de festas mais underground, a MAMA PRO, que chegou em São Paulo faz dois anos, hoje alterna entre edições grandes e outras menores, sempre com o melhor da música eletrônica. Outras festas como Gop Tun e Voodohop ficam cada vez mais lotadas e a divulgação dos locais sempre é feita de última hora criando um clima ainda mais inesperado.
A Downtown tem a proposta de trazer mais do que música eletrônica de qualidade, mas também outros tipos de experiência como artes, luzes e grafite, e a Selvagem, que mistura música eletrônica com sons brasileiros, já foi eleita algumas vezes como a melhor festa de São Paulo. O som e o público são ecléticos, e do Pari Bar no centro migrou para outros locais como Nos Trilhos e Mooca.
Outras festas que estão acontecendo são a Inner multi.art, que diferencia pela decoração e também por outras atividades, food trucks e atrações especiais, sempre com um tema específico e um line-up de peso para a noite, e a Sábado dre Tarde, que como diz o nome, rola aos sábados à tarde há mais de um ano. A festa é para quem curte música variada e ritmos brasileiros naquele fim de tarde animado e descontraído.
Claro que as grandes agências não iam ficar de fora. A Fishfire tem investido cada vez mais em novos labels, mas o mais famoso é a Farofada, de música brasileira e com shows com intuito de celebrar o carnaval. Outra no mesmo estilo é o Baile da Favorita, que ao longo do tempo saiu do Rio de Janeiro e espalhou o melhor do funk carioca pelo Brasil, e em São Paulo acontece em grandes espaços como o Clube Pinheiros. Outro do mesmo estilo é a Santa Farra, organizada pela Get Lucky, com muito pop e funk e atrações como Ludmilla, Anitta e Buchecha. Também não dá pra não citar o clássico carioca Baile do Zeh Pretim, que sempre conta com open bar premium e toca música variada, de house, indie rock a hip hop.
Além dessas, ainda tivemos outros tipos de festas itinerantes chegando ao Brasil, como a alemã Kubik, que teve a previsão de acontecer por dez semanas mas devido ao sucesso ficou por mais onze semanas. A festa, que era cercada por cubos gigantes que se iluminavam conforme a música, atraiu diversos núcleos brasileiros para sediar suas noites.
A diversidade dessas festas vem junto com os novos espaços que estão sendo cada vez mais utilizados e agradando ao público. O espaço Nos Trilhos, uma antiga estação de trem no Brás, recebeu diversos tipos de festas descoladas durante o ano. A Casa das Caldeiras saiu de uma fábrica abandonada para um dos locais mais requisitados para eventos como shows e festas e o Air Rooftop ganha cada vez mais atrações de peso em um dos sunsets mais famosos da cidade.
Outros exemplos de locais onde aconteceram a maioria das festas itinerantes de São Paulo em 2016 são: Via Matarazzo, Fabriketa, Nos Trilhos, Mirante, Casa da Luz, Villagio JK, Sailor Goes House e La Luna.