A segunda edição do DGTL SP aconteceu no dia 05 de maio de 2018 e mostrou que, mesmo sem muito alarde, conseguiu arrastar uma massiva quantidade de fãs de techno e música eletrônica underground para uma gigante fábrica abandonada no Jaguaré, na capital paulista.
Paramos para pensar em como aquele sucesso de público aconteceu e com o passar da noite as ideias foram ficando cada vez mais claras. O público presente estava em busca de apresentações intensas e marcantes, qualidade musical, organização e boa estrutura para poder dançar sem pensar em outra coisa. E foi isso que o festival proporcionou desde o início. O local escolhido, a Fábrica 619, era muito maior do que o espaço do ano passado, com as pistas bem distribuidas e cada uma com seu som particular.
O palco Generator era o primeiro e ser encontrado, próximo da entrada do evento. Imponente e com uma pista comprida e espaçosa, foi o local de grandes apresentações. Recebeu os DJs brasileiros Cashu e Zopelar e a partir do Len Faki já era possível identificar uma multidão que não saiu tão cedo da pista, de tão bom que o som estava. Na sequência teve DVS1, Dax J e a pista foi finalizada com muito estilo pelo mestre alemão Ben Klock, já com alguns raios de som invadindo a pista pelas janelas do galpão.
O palco Modular não ficou atrás na potência e peculiaridade do som. Alguns lives emocionantes passaram por lá como o duo irlaelense Red Axes com a participação do vocalista brasileiro Abrão e o alemão Henrik Schwarz. Dixon encerrou o Modular de forma impressionante.
Já o palco Frequency mostou mais uma vez que tinha tudo para virar protagonista da noite. O espaço escolhido para ele inclusive foi subestimado, já que muitas vezes vimos alcançar a lotação máxima, principalmente nas apresentações da diva Honey Dijon, do back to back inédito no país, entre o norueguês Prins Thomas e o romeno naturalizado alemão Gerd Janson e do animado Job Jobse. Vale a pena destacar especificamente o set da Honey, que mostrou uma sonoridade incrível, com house music, disco e muitos clássicos dos anos 70 e 80 para ninguém ficar parado.
A estrutura do evento estava muito bem organizada e preparada para receber as 12 mil pessoas. A entrada foi bem controlada, sem muita fila, os bares estavam espalhados ao redor das pistas, tinham caixas ambulantes, o que facilitava a compra de fichas e também banheiros químicos do lado de fora dos galpões. Daria para melhorar a qualidade e quantidade dos banheiros, que muitas vezes estavam com filas e sem muita limpeza.
As instalações de arte, assinadas pelo carioca Muti Randoph, deram um show a parte, rendendo boas fotos e deixando o festival com um toque mais bonito e moderno. A praça de alimentação, mesmo não tendo muitas opções, foi suficiente para atender o pessoal que parou para comer um lanche entre um set e outro. Lembrando que a comida oferecida era vegetariana, alinhada com o conceito sustentável do festival de não servir carne. Haviam alguns bancos de pallet na área da praça de alimentação para descanso, mas podiam ser em maior quantidade, pois vimos muitas pessoas descansando no chão da fábrica.
Os preços estavam bem aceitáveis, comparados com grandes festivais de São Paulo. A lata de Heineken era vendida por R$10, assim como a água e o refrigerante. O energético era R$15, a dose de vodka era R$25 e o combo de vodka + suco Liv era R$35. Todas as bebidas eram servidas em copos plásticos retornáveis, vendidos por R$5 e poderiam ser trocados pelo dinheiro no final do evento. Já que os copos não eram descartáveis, acabaram não disponibilizando muitas e latas de lixo pelo festival, o que acabou sendo um ponto negativo.
Acreditamos que o festival conseguiu oferecer em 13 horas de música uma experiência muito positiva para os participantes, que parecem terem saidos satisfeitos do DGTL, assim como nós! Muitos viveram uma noite repleta de sets memoráveis, em uma estrutura boa e organizada. O DGTL SP foi mais uma vez direto ao ponto e para a nossa alegria já confirmou a data da terceira edição: será dia 04 de maio de 2019!
Leia Também: