Num cenário sufocado por fórmulas, precisamos de vozes que cortem o ruído para apresentar algo inabalavelmente verdadeiro e devotadamente não conformista. Em seu caminho singular como artista, I Hate Models desvia-se das estruturas padronizadas e, em vez disso, foca na resposta emocional. A energia da música de clube serve como um recipiente para seus próprios sentimentos e uma ferramenta para manipular os outros. O espectro de emoções expressas - em suas produções, sets de DJ e em seu selo Disco Inferno - oscila entre nostalgia e paixão, solidão, melancolia e brutalidade, muitas vezes juxtapondo escuridão e luz no mesmo pulso como um conduto autêntico de sua própria autoavaliação artística. Em sua jornada até agora, IHM lançou músicas em selos que vão desde Arts até Perc Trax, que lançou seu álbum de 2019, L'Âge Des Métamorphoses. Ele também remixou Depeche Mode. A cada momento, seu desprezo por expectativas e convenções resultou em música dinâmica e ambiciosa que se alimenta da carne do techno, industrial e trance sem nunca se tornar dependente de uma fonte. Dentro do microcosmo de uma faixa, a energia pode mudar de um ritmo contundente para uma ambiência extasiante e vice-versa - cascadas de melodia perolada cedendo lugar a fragmentos de chapa metálica, percussão estrondosa compensada por ondas senoidais suavemente esculpidas. O fato de que as futuras aventuras de I Hate Models parecem completamente abertas é completamente intencional - a restrição genérica é inimiga da catarse genuína.

*Fonte: Spotify