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Aquecimento para o Dekmantel: Entrevista com a DJ Barbara Boeing

Jode Seraphim
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O Dekmantel SP está chegando e estamos contando os dias! O Festival, que nesse ano acontece nos dias 03 e 04 de março, foi um dos melhores que fomos no ano passado, então nossa expectativa está bem alta! Se você ainda não se programou, confira nesse post todas as informações que você precisa para curtir por lá.

Dando uma olhada no line up, podemos ver que a representatividade feminina está crescendo com relação aos outros festivais. Na programação desse ano temos Nina Kraviz, Lena Willikens, Jayda G, Maria Rita Stumpf, Courtesy, Elena Colombi, Cecília Yzarra, Peggy Gou, Izabel (ao lado do DJ Tako) e as brasileiras Cashu, Barbara Boeing, Luanda Baldijão e Tata Ogan.

Em clima de aquecimento, entrevistamos a DJ Barbara Boeing. Curitibana, com uma carreira super promissora e muitos elogios dos críticos, Barbara é hoje uma das DJs que mais estão sendo comentadas na cena eletrônica nacional. Seus sets vem conquistando cada vez mais o público paulista e sabemos que é só o começo.

Estreiando no Dekmantel, ela nos contou um pouco mais sobre sua carreira e expectativas para o festival. Confira a entrevista completa abaixo:

Suas referências musicais e seu estilo de mixagem tem sido muito elogiados pelas pessoas que conhecem seu trabalho. Conte para nós um pouco de como foi a sua trajetória como DJ até aqui e como você progrediu para alcançar seu estilo atual. Eu comecei a tocar há um pouquinho mais de 10 anos, naquela época eu gostava de Minimal Techno e o meu som não foi muito bem recebido na minha cidade. Eu e meus melhores amigos que fazem parte da minha festa Alter Disco também tentamos criar uma festa chamada Start que foi um grande fracasso pois ninguém entendia muito o nosso som naquele momento. Hoje em dia rimos muito sobre isso porque em uma das edições da festa tivemos literalmente 2 participantes!

Em consequência disso, eu acabei tocando em locais que não correspondiam com a minha curadoria musical e isso acabou me desanimando um pouco pois obviamente eu acabava tocando o que queriam que eu tocasse.

Sendo que ser DJ sempre foi o meu hobby pois sou Engenheira Civil de formação e também atuante, eu defini que eu deveria parar de tocar e fiquei 3 anos em um hiato da música eletrônica ouvindo somente Indie Rock e música brasileira incessantemente.

Em 2012, a Alter Disco foi criada e os meus melhores amigos me chamaram para tocar. Neste momento eu comecei a ouvir sons de todos os cantos do mundo, sem preconceito com estilos. Acredito que meu som atual é uma mescla de todas estas fases da minha vida, vindo de sons mais pesados até timbres mais orgânicos e o meu trabalho é mixar toda esta mistura de uma forma agradável aos ouvintes.

DJ Barbara BoeingVocê é de Curitiba e agora está tocando em várias festas em São Paulo. Como foi essa migração para ganhar visibilidade na capital paulista? Temos um contato próximo com a Gop Tun pois como temos uma curadoria extremamente parecida, muitas vezes nós bookamos os mesmos artistas. Graças a isso, eles conheceram o meu trabalho e eu toquei pela primeira vez em SP na Gop em 2017. Depois disso, acredito que ocorreu um processo natural e novas gigs surgiram. O fato de Curitiba ser muito próximo de SP também facilita toda a logística de me levar pra lá. 

Quais DJs você vem escutando e que mais tem te inspirado ultimamente? Eu passei o último carnaval no RJ e tive a possibilidade de assistir dois DJs que me inspiraram muito. Eles foram o ESA na festa O/NDA e o Casper Tielrooij na Selvagem. Acho que de alguma forma o meu som se assemelha ao deles, mas assistindo a apresentação dos dois eu percebi que ainda tenho muito o que evoluir em questões de mixagens e também de seleção musical.  

Você também faz parte da festa Alter Disco. Como é essa experiência de produzir uma festa para você? O que você aprendeu com isso e como a festa influencia na sua carreira como DJ? Eu e os co-fundadores sempre levamos a Alter Disco como um hobby pois todos nós temos profissões completamente diferentes disso. Veja que todos nós trabalhamos 100% de maneira voluntária para a Alter. Tudo isso pura e simplesmente para melhorar a cena da nossa cidade pois sempre achávamos que faltava qualidade musical por aqui.

Com o devido tempo, parei de levar a festa tão na brincadeira e descobri que fazer uma festa boa não é fácil e que requer um trabalho e atenção enormes para que tudo funcione de maneira correta. Isso me fez criar um respeito muito grande por produtores de eventos.

Particularmente, eu acredito que fazer festas é algo que me agrega muito como profissional pois eu aprendi questões básicas em como criar, manter e também evoluir dentro de um business, seja ele qual for.

Além da Alter Disco eu também sou sócia e fundadora da Discoteca ODARA ao lado do carioca Dani Souto e mais 3 amigos meus.  Creio que para mim, estar dentro de 2 coletivos é algo essencial para o crescimento da minha carreira como DJ pois é a melhor maneira de estar totalmente incluso dentro da cena da música eletrônica criando conexões com outros DJs, outras festas e também sempre prospectando de gigs futuras.

Você disse uma vez que seu sonho era tocar na Selvagem! Essa foi a experiência que mais te marcou como DJ? Quais outros sets foram inesquecíveis para você em alguma uma festa/festival? Eu sou fã número um dos meninos da Selvagem! Realmente ter sido chamada pra tocar com eles foi uma experiência única para mim. Saber que pessoas que eu admiro tanto possam ter conhecido a minha música e isso os agradou a ponto de eles me chamarem para tocar como artista principal da festa deles é simplesmente uma grande honra.

Um set inesquecível pra mim foi a primeira vez que eu toquei na O/NDA no RJ para 6 mil pessoas, foi o maior público para o qual eu já toquei. Era carnaval, todos estavam animados demais vibrando com a música e além disso todos estavam com fantasias geniais. 

E como espectadora? Alguma festa ou festival preferido? Podem ser preferidos? Hahhaha... Aqui no Brasil, como festival eu acredito que são exemplos tanto de organização como de curadoria o Dekmantel e o Mareh e as minhas festas favoritas são a Selvagem e a Gop Tun. 

DJ Barbara BoeingO Dekmantel SP foi muito elogiado no ano passado não só pela estrutura impecável mas também pela mistura de estilos e performances dos artistas que ficaram marcadas em 2017! Como está sua programação para o festival? Quais artistas está planejando assistir? Vou compartilhar a minha programação com vocês:

Sábado  13:00 - Bárbara Boeing – Palco Gop Tun 15:00 - Bufiman – Palco Selectors 17:00 - Maria Rita Stumpf - Palco Gop Tun 18:00 - Peggy Gou – Palco Main 18:30 - Carrot Green - Palco Gop Tun 19:30 - Marcos Valle - Palco Gop Tun 20:30 - Palms Trax - Palco Gop Tun 21:30 - Young Marco - Palco Selectors

Domingo 13:00 – Tahira- Palco Selectors 14:30 – Izabel e Tako - Palco Selectors 15:30 - Marcio Vermelho - Palco Main 17:00 - Mall Grab - Palco Main 18:30 - Four Tet - Palco Main 20:00 - Jayda G – Palco Selectors 21:00 - Antal - Palco Selectors

Você vai abrir a pista Gop Tun logo no primeiro dia. O que podemos esperar da sua apresentação no festival? Como você está planejando seu set? Pode esperar uma mistura de  proto e old school house, muito Afro funk, soul, pops estranhos e muitos edits brasileiros, franceses e alemães dos anos 70 pra frente.

Além do Dekmantel, você já tem outros festivais e festas planejados para tocar nesse ano? Quais são seus planos para 2018? Sim, eu estou bem feliz que o meu trabalho está sendo reconhecido em outras cidades do Brasil e em março agora eu vou estrear em Porto Alegre e Belo Horizonte também.

Em junho estou indo para a Europa e acabei de conseguir a minha primeira gig por lá, dia 2 de junho eu vou tocar em um tradicional clube de Berlim chamado Salon Zur Wilden Renate, na festa Voyage Voyage.

Leia também:7 motivos que farão você ir ao Dekmantel 2018
Jode Seraphim

Jode Seraphim

Graduação em Marketing (USP); 1 ano de experiência em Marketing Digital na DHL (Alemanha); 12 anos de experiência nas áreas de marketing, mkt digital e trade. Onde encontrar: comemorando os fogos no mainstage

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