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Entrevista | Bigfett, o único a representar o Brasil na Mottus

Otávio Apovian
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Começando 2023 com força máxima, o DJ e produtor Davi Cardoso, natural de Pernambuco, é o nome responsável pelo projeto Bigfett, único brasileiro a representar o Brasil na festa Mottus, primeira label party da produtora M-S Live. Mente brilhante no estúdio e nas pistas, Bigfett surgiu em 2020 com uma proposta e identidade sonora única e inovadora, com uma pegada moderna e futurista, transformando o Melodic Techno e Progressive em sua ferramenta de trabalho.

Com suportes de alguns dos maiores nomes da música eletrônica mundial como Tale Of Us, Camelphat, Innellea, Agents Of Time, Kevin De Vries entre muitos outros, o projeto Bigfett foi criado em 2020 e já emplacou algumas tracks em altas posições nos charts do Beatport.

Dividindo o line-up com Booka Shade, Colyn, Mathame, Øostil e Patrice Bäumel, Bigfett vai trazer muito Melodic Techno para a pista da ARCA no dia 4 de fevereiro! Batemos um papo muito legal com o artista para começar a esquentar os motores para essa noite que promete ser inesquecível. Você pode garantir seus ingressos da Mottus aqui!

Como começou sua relação com a música, principalmente com a música eletrônica?

"Meu gosto pela música vem desde a infância, por conta dos meus pais, principalmente minha mãe, que sempre tinha o hábito de escutar música, ela sempre gostou de uma pegada mais Europop, Disco, coisas assim… diria que já nasci escutando isso. Eu brinco que o brasileiro costuma escutar outras coisas, sertanejo, funk, e só depois vem descobrir a música eletrônica, descobrem tarde, e no meu caso não. Desde que nasci, escutei música eletrônica, Summer Eletrohits, MTV… sempre corria pra casa para ficar escutando música e tal, cresci nesse meio, e peguei o gosto naturalmente."

Você produz desde os 14 anos, e já tem uma longa experiência produzindo música eletrônica.Quais outros gêneros você já explorou até chegar no som que faz hoje?

"O Bigfett, na verdade, é meu terceiro projeto. O primeiro era de EDM, que fiz junto com meu irmão, acho que era por volta de 2015, bem quando o EDM estava super em alta. A gente sempre gostou muito de Electro, aquela coisa mais rasgada, mas depois de um tempo decidimos terminar o projeto. O EDM começou a decair e o mercado ficou saturado, então ficamos com vontade de fazer algo novo. Passamos a produzir uma coisa mais Deep, um pouco como o que o Vintage produzia no começo, mas no meio do caminho nós decidimos não nos igualar, porque já tinha muita gente fazendo o que o Vintage estava fazendo, então pensamos em procurar outra coisa. Começamos a ter um certo gosto pelo Melodic House, não Melodic Techno,  algo mais suave como Ben Bohmer assim. Nessa época meu irmão resolveu sair do projeto, por questões pessoais, não foi briga nem nada, mas tinha outros sonhos pra ele, e enfim isso se encerrou. Isso tudo aconteceu durante a pandemia, então fiquei pensando cara e agora…?! preciso recomeçar. Quando recomecei, parei pra pensar em qual caminho eu queria seguir, porque já tinha passado pelo Progressive, pelo Deep, EDM, e não queria que as pessoas me associassem ao meu som do passado. Meu gosto na época era bastante pro Tech House, então comecei o projeto Bigfett com esse gênero. Cheguei a fazer algumas tracks legais, recebi alguns suportes, mas em dado momento percebi que não dava para focar numa coisa momentânea ou que estava bombando no mercado, e foi quando bateu uma crise existencial. Foi um final de semana que eu fiquei pensando muito, e me dei conta que eu ouvia Melodic Techno 24 horas por dia. Por que eu não tô produzindo isso?! Muitas vezes vinha o conflito de que aqui em Recife a cena não estava em ascensão como é hoje. Antes era muito complicado tocar nas festas, porque o line-up era só Brazilian Bass e Tech House, e chegar com um Melodic Techno, que tem uma pegada mais introspectiva, dá uma quebrada. Conversa vai conversa vem, comigo mesmo e com a minha namorada que me auxilia muito, decidi finalizar algumas tracks que fazia só para mim mesmo, e mandar para as labels para ver o que rolava. Logo de cara peguei a Steyoyoke, que já lançou tracks da BLANCAh, Binaryh, até o Steghan Jolk e Innellea lançaram por lá, há uns anos. Isso logo de primeira foi um baque, e percebi que tinha potencial. Assinei em 2021 e lancei em 2022, quando peguei aquele ânimo e o gosto mesmo pela coisa, o negócio fluiu."”

Desses últimos meses pra cá você vem ganhando vários suportes de gigantes pelo mundo todo. O que isso significa para o Davi, e como isso impulsiona o projeto Bigfett?

"Me impulsiona demais porque se você pensar num moleque de 22 anos produzindo no quarto, e de repente ver sua música rodando o mundo na mão dos caras que você escuta e idolatra, o tem uma pira, uma energia extra. Quando você vê aquilo se tornando realidade, com os suportes, o sonho fica mais próximo, fica mais palpável. Muitos desses caras são bem humildes, respondem no direct, até passa o número, troca uma ideia e tudo, é muito legal. Eu lembro que meu suporte do Kevin De Vries foi bem na época que eu estava meio indeciso, e eu até chorei. Ele me mandou uma mensagem falando Continua, você tem talento, isso mexeu muito comigo, e me deu uma segurança, um gás maior para fazer mais, pra melhorar, fazer mais contatos e tudo"

Você comentou sobre a sensação de receber os suportes dos seus maiores ídolos e como é importante, mas não sei se reparou, mas você está num line-up com vários desses caras! O que podemos esperar desse set na Mottus?

"Muita gente já chegou no meu direct falando que tá ansioso pra ouvir "Everything is Energy" nas caixas de som da ARCA! Eu quero tocar muita música minha, mas quero levar coisas diferentes porque os headliners são eles, então tenho que segurar a mão um pouco, mas to levando coisas diferentes e bastante música autoral que nunca toquei nem mostrei pra ninguém e estou guardando pra estrear na ARCA justamente pela atmosfera e pelo momento, acho que vai dar bom!"

O que mais podemos esperar do Bigfett para 2023? Tem mais alguma novidade que possa dividir com a gente?

"Bom o próximo lançamento chega no final de janeiro e é um remix para o  Wurtz e Iberion Muse que são dois monstros, e o Wurtz inclusive já faz parte dos line-ups do Afterlife de Ibiza, então é um cara bem dentro da cena. O remix já tem suporte do Innellea, Agents Of Time e tudo. Além desse remix tem as famosas IDs, algumas que o Mathame já está tocando bastante, então estamos indo aos poucos pra entregar um produto final relevante e quente!"

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Leia também: Mottus, nova label party de Techno, desembarca na ARCA em fevereiro

Otávio Apovian

Otávio Apovian

Graduado em Publicidade (ESPM-SP); DJ e produtor musical no projeto Apollorabbit. Onde encontrar: nas pistas mais obscuras e com sons cabeçudos

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