Entrevista | BLANCAh estreia HARPIA no Lollapalooza, novo projeto que une força feminina, arte e transformação

Depois de uma década voando alto como BLANCAh, a artista catarinense Patricia Laus aterrissa em um novo ciclo criativo com o nascimento da HARPIA. O show, que celebra os dez anos da jornada de seu codinome atual, fez sua estreia no Lollapalooza Brasil 2025, no dia 28 de março, no Palco Perry's by Fiat, marcando o início de uma jornada sonora e estética inédita.

Inspirada por uma necessidade visceral de se reinventar, BLANCAh concebeu a HARPIA como um clã musical composto exclusivamente por mulheres. Ao lado da vocalista Mari-Anna, da baterista Sarah B e da performer Maddox, ela sobe ao palco com um formato de banda, explorando sonoridades que transitam entre a música eletrônica, o trip-hop e elementos mais cinematográficos. A proposta é criar um show audiovisual temático, que evoca a força do sagrado feminino e incorpora imagens de bruxas, rainhas e guerreiras.

No Lollapalooza, presenciamos a estreia poderosa da HARPIA e conversamos com BLANCAh, Mari-Anna, Sarah B e Maddox, para entender melhor essa iniciativa inovadora:

Como surgiu a ideia do projeto HARPIA?

BLANCAh: Num primeiro momento, era o desejo de estourar a bolha do club e levar a música para um palco maior, para festivais. Sempre sonhei em ter uma banda, mas nunca tive coragem, porque exige muito esforço e muitas mentes juntas. Mas esse desejo ficou tão latente que se tornou insuportável ignorá-lo. E pensei: agora é a hora! Queria comemorar meus 10 anos de carreira com algo significativo, e HARPIA nasceu desse propósito.

O que significa HARPIA?

BLANCAh: HARPIA é um propósito. Todo mundo tem uma HARPIA dentro de si. É o encontro com sua verdade, sua arte, sua música, sua comunicação. Cada integrante traz seu próprio significado para o projeto, e isso torna tudo ainda mais especial.

Como foi a estreia no Lollapalooza?

BLANCAh: Foi emocionante! Passamos meses ensaiando e nos preparando. Quando a chuva começou a cair, sentimos um frio na barriga, mas seguimos firmes. Graças ao nosso produtor, Bry Ortega, que garantiu que entrássemos no palco, conseguimos entregar essa experiência ao público.

Como cada integrante entrou no projeto e qual seu papel?

BLANCAh: Tudo começou com a Madoxx. Sempre visualizei uma estética específica para HARPIA, e a Madoxx é a pessoa perfeita para isso. Ela cria as indumentárias à mão e já tem um personagem forte na cena Hard Techno.

Madoxx: Fiquei muito animada quando a BLANCAh me convidou. Trabalho com acessórios e performance, e ver tudo isso integrado à música é algo muito inovador. Me sinto muito grata por fazer parte.

BLANCAh: A Mari veio da cena de bandas de rock. A conheci quando a chamei para participar do meu próximo álbum e a conexão foi imediata. Eu sabia que precisava dela no HARPIA! Já a Sarinha, eu acompanhava de longe, como fã, até que ela me contratou para tocar numa festa dela, a From House to Techno, em Floripa. Descobri que ela era baterista, e foi a peça que faltava para completar o time.

Sarinha: Sempre fui fã da BLANCAh e hoje fazer parte desse projeto ao lado dela é muito especial. Ela vive e respira arte de uma maneira inspiradora!

O conceito de esconder o rosto faz parte da proposta?

BLANCAh: Sim! Queremos que qualquer mulher possa se identificar com o projeto. Qualquer rosto cabe aqui, qualquer uma poderia estar ali, se inspirando e se enxergando na gente.

O que podemos esperar do HARPIA daqui para frente?

BLANCAh: Queremos manter esse mistério e fazer as pessoas acompanharem o projeto de forma orgânica. Ainda há muito por vir e estamos ansiosas para compartilhar cada nova etapa dessa jornada!

Acompanhem HARPIA e preparem-se para viver essa experiência intensa e inovadora!

Novo álbum e remix de Hernán Cattáneo

Esse novo ciclo coincide com o lançamento de seu terceiro álbum de estúdio, “Music For When The World Is Silent”, previsto para maio. O primeiro single do disco, “The Garden Of Morning Calm”, chegou no dia 07 de março, pela HIATO MUSIC, acompanhado de um remix da lenda argentina Hernán Cattáneo, em collab com Mercurio. Ouça aqui.

“Eu compus esse álbum para me curar, para reencontrar minha essência artística. E ter o Hernán remixando a faixa é uma honra imensa — ele já havia feito um remix para mim em 2016, no início da minha carreira, e agora está presente novamente”, revela.

Com a HARPIA, BLANCAh não apenas revisita suas raízes, mas abre asas para novos horizontes. A estreia no Lollapalooza foi apenas o primeiro voo desta nova entidade musical, que já nasce com potência e promete crescer ainda mais.

Créditos capa: Matheus Gargioni

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