Esse último final de semana ficou marcado no Estádio do Canindé, em São Paulo, como um dia de grandes emoções. Descolados dos mais diferentes lugares e estilos compareceram ao D-Edge Festival 2018 para prestigiar nomes do cenário eletrônico nacional e internacional. Nem o frio e nem a chuva tiraram a empolgação do público e o brilho da festa! Foram 24 horas de evento, que começou às 16h de sábado e terminou às 16h de domingo. O que mais vimos foram pessoas curtindo a vibe local que contava com nada menos do que seis pistas! Um evento de peso digno de quem já conhece a D-Edge e sabe do estilo que a popularizou.
No ano passado houve a festa de comemoração D-Edge 17th Anniversary, que já mostrava potencial para o estava por vir. Dessa vez, para comemorar 18 anos, o evento foi em formato de festival, com um conceito que ultrapassou expectativas, tanto em estrutura como nos palcos e no som. Quem conhece o club sabe que um dos pontos altos são as pistas características do ambiente da D-Edge que não se encontram em outras baladas de São Paulo. E nisso, o evento mostrou sua personalidade, nos fazendo sentir o tempo todo imersos em um grande espaço conceito deles.
Ao chegar, encontramos a pista principal Stage da D-Edge Concept onde as luzes de LED davam todo o charme ao palco. Isso tornava os drops dos DJs que comandavam a noite ainda mais empolgantes. As vibrações das caixas e das batidas dos graves deixavam a galera em êxtase. Era um ambiente agradável, com pessoas que estavam curtindo a noite sem pressa, pois iriam até o sol raiar. No Stage da Raww x Room que era bem próximo da Concept, enquanto estava tocando o set dos DJs, o público sentia a vibe da pista principal invadir a da pista da RxR sem que os sons se misturassem, o que deixava o ambiente ainda mais empolgante a céu aberto.
Na Concept, as laterais foram reservadas para o camarote e backstage, e ainda que muito cheias, estavam em boas condições para curtir o evento sem atropelos, mesmo após a chuva que fez a galera das duas pistas se aglomerarem embaixo da estrutura metálica gigante que dava abrigo para o palco.
Como na maioria dos festivais, foi usado o sistema cashless com um cartão que custava R$5 e você inseria créditos para ter acesso às bebidas. No bar da pista, os preços foram parecidos com outros festivais (quem conhece a casa sabe que eles costumam serem um tanto salgados) e mesmo no camarote, os combos variavam entre R$150 a R$400 reais, seguindo valores dentro dos padrões. A quantidade de bebidas nos bares da pista quase não foi suficiente para o número de visitantes da área, mas felizmente o estoque conseguiu se manter, sendo realocado de um local para o outro.
Um esquema ecologicamente correto foi inserido para aqueles que não dispensam a boa e velha água para se hidratar: se retornasse a garrafinha na próxima compra, a água saia pela metade do preço, o que podemos considerar um ponto positivo em termos de preocupação ambiental por reduzir a quantidade de lixo produzida, em troca de um agrado ao bolso reduzindo o custo para os consumidores.
Haviam banheiros e ambulâncias em quase toda extensão do D-Edge Festival 2018. Foi feito também, pensando para a comodidade de quem é cadeirante, acesso por rampas às pistas e aos camarotes de forma fácil e segura (conceito de evento acessível para todos, nota 10!). As filas para banheiros e bares estavam ok, a organização foi bastante eficiente em manter essas áreas de maneira confortável. Havia também uma parte reservada para aqueles que sentiram a fome bater com food trucks variados, e um local para o descanso daqueles que esperavam ansiosamente o sol raiar ao som dos Djs tocando o seu set favorito. Isso tudo em um ambiente que lembrava um jardim aconchegante, bem descolado e agradável de repousar.
Outro ponto alto foi que os ambientes conversavam entre si, assim como é no clube D-Edge. Existia uma sinergia entre os Stages, o que dava toda uma atmosfera diferenciada para o festival. Tudo começava pelo Stage da D-Edge Concept, marcado por suas luzes de LED e performances que iam atraindo o público para cada vez mais próximo do DJ. Passando pela lateral da Raww x Room, a vibe e energia se misturavam sem misturar os sons. Em seguida, no corredor onde era possível descansar, podia se ouvir o Stage da D.rrete, criada em homenagem ao tema do bloco de carnaval eletrônico desse ano, que mostrava sua personalidade com nostalgia. Seguindo para a D-Side mais ao fundo, onde o ambiente das luzes tomava conta indo a um outro universo, enquanto as caixas de som mostravam toda sua potência. Quase escondida em uma área fechada, ficava o Stage Olga, o que criava todo um charme intimista, e por fim, o Stage All My Good, que foi aberto apenas às 4h da manhã, trazendo inclusive um mago a céu aberto.
E assim se desenhavam os sets dos DJs: quem queria sentir os diferenciais do eletrônico sem deixar a galera das antigas, corria para pista D.rrete, onde tocaram Anderson Noise, Dj Marky e Andre Torquatto. Ali a expansão do ambiente era sentida por todo o set que contava com uma atmosfera sem igual. A sensação de imersão tecnológica foi arrebatadora. Logo no Stage D-Side nomes como Stefano TT, Architectural e Mark Broom botaram a pista abaixo para fazer valer cada momento do Minimal Techno que tanto é peculiar ao ambiente da D-Edge. Na parte mais undeground do evento, você podia contar com o Stage Olga onde Dee Bufato deixou sua marca na pista. Perto das entradas principais estava escondida uma terra de fantasias onde até os bruxos saíram dos contos para o mundo real. Nessa área Adnan Sharif e Blancah, residentes da D-Edge, comandaram já pela manhã os sets mais progressivos do house.
No fim, a produção do palco Concept foi toda comandada por uma sequência das boas: chegou Gui Boratto arrebentando com seu long set de peso fazendo a gente delirar com mais uma pegada animal nesse quesito. Mais tarde entrou Stephan Bodzin que arrepiou a alma de quem estava na pista no momento. Cada drop, mixagem, movimento, tudo era motivo de deixar o público em êxtase com seu som mais essencial do minimal. Butch na sequência arrebatou os fãs que não conseguiram sair do lugar pela atmosfera e energia que esse DJ provocou ali. E por último, mas não menos importante, Renato Ratier arrebentou com seu set autoral e colocou uma excelente vibe na pista. Foram sensacionais os movimentos e a troca das mixagens em que a galera delirava ao sentir a energia vinda do palco!
O D-Edge Festival 2018 foi ótimo e tem tudo para se estabelecer como um bom movimento brasileiro de tendências na área do eletrônico. Fez sua parte ao contar uma história através de cada Stage e deixar o público completamente imerso nessa experiência com seu jeito D-Edge de ser. Renato Ratier está de parabéns por cada detalhe, ambientação, som das pistas, DJs e por cada set e palco que eles entraram e mostraram a força que o eletrônico pode proporcionar. Estaremos aguardando ansiosamente o próximo evento, que depois da maioridade, promete ser ainda melhor!
Veja Mais:
Entrevista com Renato Ratier sobre o D-EDGE Festival 2018
Redação We Go Out
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