Vamos começar o post explicando como foi e porque escolhemos o festival Pukkelpop para ir, com tantas outras opções no verão europeu. O primeiro motivo foi: line up! Duas bandas que amamos tanto, The XX e Mumford & Sons eram headliners! Os shows deles foram incríveis no Lollapalooza Brasil então sabíamos que eram apresentações que valiam muito a pena rever, sem falar do line up eletrônico: Ben Klock, Amelie Lens, Claptone, Maceo Plex, Dave Clarke, Richie Hawtin, Nicolas Jaar, Rødhad, Mind Against, ntree outros. Foram mais de 180 artistas divididos em oito durante quatro dias, ou seja, não tinha como não descobrir novos artistas e curtir ótimos shows.
Outro motivo é que o festival acontece na Bélgica e podemos dizer que os belgas sabem fazer festival como ninguém! Nossa experiência no Tomorrowland e no Rock Werchter podem confirmar nossa teoria, porque o nível de organização e estrutura é algo invejável! O terceiro motivo é que queríamos fugir um pouco de festivais apenas de música eletrônica, visto que já estavam na lista o Tomorrowland e o DGTL Barcelona, então esse nos pareceu uma boa opção para mixar bandas e DJs!
Com tudo isso explicado, vamos contar como foram os quatro dias de Pukkelpop, que aconteceu de 16 a 20 de agosto, em Hasselt – Kiewit. O evento fica localizado entre essas duas cidades, a uns 90km ao leste de Bruxelas. Quem compra o ingresso do evento tem direito ao trem que passa em quase todas as cidades do país, então não tem erro para chegar até lá!
Como o festival oferece acampamento incluso no valor do ingresso e ao redor não tem muitas opções de acomodação, resolvemos nos aventurar e ter nossa própria barraca (já que adoramos um camping)! Compramos em Bruxelas na loja Decathlon todos os itens que precisávamos: uma barraca para três pessoas da Quechua com proteção de luz e calor (muito boa), 2 sacos de dormir, 1 colchão de ar de casal e 1 lanterna. Gastamos 115 EUR com tudo (uns R$ 450).
Ao chegar no festival descobrimos que podíamos ficar hospedadas no camping do staff, junto com mais de 1.000 pessoas que estavam trabalhando no evento. Mesmo sendo um pouco longe da entrada do festival (uns 10-15 minutos andando) a estrutura era muito boa e o clima bem tranquilo. Para quem quer mais agito, o camping recomendado é o Chill, que fica bem em frente ao evento e é conhecido por ser o da galera mais nova e mais animada. Outra opção é o Relax, que é mais afastado e precisa de um transfer para ir e voltar (ou 30 min de caminhada). Pelo que vimos, todos tinham estrutura completa, com chuveiros aquecidos, lanchonetes, wi-fi e carregadores de celular. O nosso tinha até secador de cabelo, como não amar!!? =)
Dentro do festival nos deparamos com um espaço gigante, com os oitos palcos muito bem distribuídos. Na metade da esquerda do festival tinha o Mainstage com um grande espaço para o público, o Marquee que era coberto e recebia bandas conhecidas como PJ Harvey, Interpol e The Flaming Lips, acumulando pessoas ao redor que assistiam as apresentações pelo telão, e também o palco Club, que era menor e ficava cheio em algumas apresentações como The Naked and Famous, Band of Horses e Mac Demarco.
Na outra metade estavam principalmente os palcos eletrônicos. O maior de todos era o Boiler Room, que recebeu nomes como Maceo Plex, Ben Klock, 2Manydjs Live e Oliver Heldens. Ficamos encantadas com o tamanho da tenda, que sozinha já era maior do que muitos festivais! Na parte coberta devia caber mais de 20.000 pessoas. Ao lado tinha o palco Dance Hall que revezava entre DJs e bandas como Richie Hawtin (live), Tove Lo e Clean Bandit, sempre bem movimentado. Ao redor dessa área também tinha os palcos Castello, onde vimos Rodhad e Mind Against, normalmente o palco com os últimos DJs da noite antes do festival acabar as 4h da manhã. Os outros palcos Lift e Booth, a gente passou algumas vezes para ver como estava mas eram os menos disputados. No primeiro dia de evento, 16 de agosto, apenas a metade esquerda estava aberta e reuniu mais de 46.000 pessoas. Nos outros três dias o festival recebeu mais de 180.000 pessoas, ou seja, o evento é MUITO GRANDE!
As opções para comer eram tentadoras e não muito baratas. Era possível encontrar opções de 2 tickets = 6 EUR a 4.5 tickets = 13.50 EUR. Havia uma praça de alimentação mais sofisticada que vendia lanches elaborados. Foi lá que encontramos um hambúrguer indiano, de carne de cordeiro, uma delícia!! A noite normalmente comíamos a famosa batata-frita belga, com molho andalucia por 2 tickets = 6 EUR. As bebidas (água, refrigerante e cerveja) custavam 1 ticket = 3 EUR. Lá tinha uma opção voltada para a sustentabilidade: quem juntasse 20 copos plásticos podia trocar por 1 ticket, com limite de 6 tickets por pessoa. Valia a pena para quem queria ganhar algumas bebidas durante o festival.
Mesmo com esse incentivo de reciclagem dos copos, achamos o festival muito sujo. As pessoas não tinham o costume de jogar o lixo na lixeira, mesmo com diversas espalhadas pelo evento. Era comum encontrar o chão CHEIO de lixo ao redor das barracas de comida e no meio da pista.
O público do festival era em maioria bem jovem. No ano passado já tínhamos constatado isso no Rock Werchter e dessa vez achamos parecido, talvez nesse um pouco mais velho. O Pukkelpop costuma ser o primeiro festival de muitos belgas e a faixa etária parecia ser de 18 a 25 anos. Mesmo assim, era possível encontrar pessoas mais velhas, principalmente nas áreas VIPs ou assistindo aos shows de bandas mais tradicionais.
Confira mais no vídeo:
Um detalhe que achamos muito estranho é que lá pouca gente fala inglês! Achávamos que seria diferente, mas a maioria das placas de sinalização do festival estava escrita apenas em dutch e quando precisávamos conversar ou tirar alguma dúvida, as pessoas tinham dificuldade em nos explicar em inglês. A solução que encontramos foi fingir que sabíamos dutch, ficar ligadas nas mímicas e continuar a conversa! Deu certo! =)
Podemos concluir depois dessa experiência que realmente tivemos uma imersão na realidade de um festival legítimo belga! Eles fazem tudo com muito cuidado e carinho para que eles mesmos tenham a melhor experiência possível. Todas as pessoas do staff que conversamos moram na região e trabalham voluntariamente, sempre com um sorriso no rosto. Nós gostamos muito do Pukkelpop, mesmo com o clima nublado e as vezes chuvoso, que costuma ser o inimigo dos belgas! Recomendamos o festival para qualquer pessoa que esteja afim de viver uma experiência nova, com pessoas e costumes diferentes do que estamos acostumados no Brasil, mas que são super receptivos!
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Bruna Antero
Pós-Graduação em Engenharia de Marketing (USP); Graduação em Administração (UFPR PR); 13 anos de experiência nas áreas de marketing, trade e vendas. Onde encontrar: em algum palco underground explorando novos artistas e em alguns afters