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Os altos e baixos do DGTL São Paulo 2019

Jode Seraphim
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Nesse último sábado, 4 de maio, rolou o festival DGTL São Paulo 2019 e depois de dois anos muito bem sucedidos no Brasil, o público estava com uma expectativa muito alta do festival holandês, que é um dos principais de techno do mundo.

Nós estivemos presentes nas primeiras edições na capital paulista e também já conferimos duas vezes a versão espanhola, que rola em Barcelona em agosto. Considerando nossa experiência anterior, resolvemos colocar nesse post o que realmente achamos da terceira edição e também levando em consideração algumas experiências que amigos e seguidores nos relataram por lá.

Antes de começar, vale a pena apenas lembrar que é normal as pessoas viveram experiências diferentes em um festival. Primeiro você pode curtir tipos diferentes de som, um set mais introspectivo ou um set mais "alegre", pode ter chegado cedo e não ter encontrado filas, ou dado azar de comprar fichas ou bebida bem na hora que formou aquela muvuca. Enfim, é difícil todo mundo sair de uma festa com a mesma impressão. Então vamos tentar considerar os fatos mais voltados à estrutura, line up e organização do evento.

Local

O lugar escolhido foi o Mart Center, em São Paulo. Enorme, com dois galpões e muito espaço aberto, a estrutura tinha tudo para ser a melhor das três vezes que o festival aconteceu por aqui, mas alguns descuidos causaram uma onda de reclamações. Como o lugar era grande e escuro, faltou sinalização e iluminação. Muita gente ficou um tempo procurando o Generator, o palco que era mais afastado dos três. Apesar do sistema de ventilação instalado, as portas para entrada e saída dos palcos cobertos eram pequenas e a circulação de ar foi bem prejudicada, o que fez com que muita gente não conseguisse curtir o DJ que queria.

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Apresentações

Nós duas chegamos no DGTL por volta das 20h, encontramos vários amigos e curtimos muito alguns sets. Recondite, Amelie Lens, Jeff Mills, Bonobo e Richie Hawtin fizeram nossa noite, e acabamos finalizando a "primeira etapa" do festival com Ryan Elliott b2b Spencer Parker tomando um arzinho fresco no palco Frequency.

Certamente o ponto alto do evento foi a escolha do Line Up, que escalou estrelas do techno para que a escolha de palco fosse uma tarefa quase impossível. No fim, percebemos que muitos acabaram escolhendo os artistas pelo conforto que cada pista oferecia do que pela música, que estava de alto nível por todo lado!

Afterparty

A idéia de um after no mesmo local do festival soou estranha para muitos, ainda mais com um precinho "extra" do valor do ingresso e um horário um pouco "cedo demais", às 4h da manhã. Na prática, a execução do after acabou sendo pior do que a encomenda. No meio da madrugada o festival foi "esvaziado" para que todos tivessem que ir embora ou os de pulserinha laranja dessem a volta no evento todo e entrassem novamente no palco Generator.

Após encarar uma bela de uma fila, quem entrou precisou esperar mais de uma hora para encontrar um caixa aberto para comprar fichas e mais tempo ainda para conseguir comer no único food truck destinado ao espaço. O atraso de um dos nomes mais esperados, Mind Against, fez com que o line up fosse todo reorganizado e também gerou frustação na experiência de quem quis curtir a segunda etapa do DGTL São Paulo 2019.

Estrutura e organização

O DGTL SP atraiu muita gente, e os caixas, bares e banheiros não foram suficientes para atender a demanda. Teve fila desde a entrada do evento e praticamente toda vez para comprar ficha ou consumir algo do bar. Os banheiros eram químicos e com o passar do tempo foram acumulando um esgoto e cheiro nada agradável.

Sentimos falta também de decoração além dos palcos. Tanto nas últimas edições quanto fora do Brasil, o DGTL tem diversas instalações artísticas que dão um toque especial no visual e rendem ótimas fotos. Dessa vez vimos apenas um painel de projeção e até o famoso letreiro "DGTL" estava tão escuro que mal saía na foto.

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Pós festival uma enxurrada de comentários negativos chegou nas redes sociais do evento, que acabou sendo deletado. Para o público que teve que pagar pelo festival + after do DGTL São Paulo 2019, a experiência entregue foi abaixo do esperado.

Acreditamos que um festival com o tamanho e experiência que tem o DGTL realmente aprenda com os erros dessa edição e não os cometa novamente. Com a demanda de grandes (e ótimos) eventos que tem acontecido cada vez mais no Brasil, a exigência está aumentando e nós sempre esperamos que estrutura e organização sejam tão (ou ainda mais) importantes quanto o line up.

Leia também: Festival Time Warp 2019 tem datas confirmadas

Jode Seraphim

Jode Seraphim

Graduação em Marketing (USP); 1 ano de experiência em Marketing Digital na DHL (Alemanha); 12 anos de experiência nas áreas de marketing, mkt digital e trade. Onde encontrar: comemorando os fogos no mainstage

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