Formado em medicina pela Universidade de São Paulo, Gustavo Giblin Duarte mergulhou em novos projetos durante a pandemia, expandindo seus horizontes e agora apresenta sua nova profissão: atuar como DJ e multi-instrumentista sob o nome de Doctor G.
Sua história com a música foi evoluindo desde sua infância até os dias atuais. Começou tocando violão clássico, estudou harmonia e música, tocou em festivais estudantis, em uma banda de bailes, e aprendeu mais um instrumento, o saxofone. Mas mesmo com todo o um portfólio musical, o jovem decidiu que seria médico e deu início aos estudos.
"Me formei como melhor aluno de cirurgia e passei um ano no exército como oficial médico. Nesse ano também toquei sax em barzinhos na vila Madalena, mas depois quando começou a residência médica não me apresentei mais e virei o switch para o modo médico cirurgião. Fiquei assim até há 5 anos", explica.
Gustavo Gibin Duarte, responsável pelo projeto, conta que os gêneros que mais ouvia eram Jazz, MPB e Rock, até que um amigo lhe apresentou a música eletrônica e a partir dali, tudo mudou.
"Em pouco tempo já era uma paixão. Eu queria ir mais em festas e festivais de música eletrônica, mas era difícil reunir uma galera que fosse da mesma vibe. Às vezes o financeiro também limitava e muita gente legal acabava não indo. Resolvi então fazer algo por mim: alugava uma van, comprava os convites ou fechava um camarote, chamava os amigos para ir... e deu super certo".
Logo quando Doctor G estava no auge dos festivais, conhecendo cada vez mais tracks e pessoas da música eletrônica, a pandemia chegou e mudou toda a rota. Assim como muitos DJs e produtores aproveitaram o tempo para aperfeiçoar sua sonoridade, Gustavo resolveu aprender a tocar no mixer e se preparar para os palcos assim que tudo retornasse ao normal. Além da ajuda de um amigo, começou cursos online, comprou uma CDJ e voilà!
Sua intimidade com a música com certeza o ajudou nesse processo, e o fato de ser um multi-instrumentista agregou ainda mais em sua performance. Apresentando as melhores sonzeiras de nomes como RÜFÜS DU SOL, Nora En Pure, Ben Böhmer, Joris Voorn, Vintage Culture, Lane 8, Chicane, Tinlicker, Le Youth e Solomun, o músico adiciona instrumentos em cima das faixas. "É um trabalho que eu chamo de cirúrgico, pois a intenção é dar um brilho a mais sem se tornar monótono. O fato de trabalhar com vários instrumentos ajuda nisso também, sax, guitarra e o sax MIDI (aerophone), que pode emitir o som de vários instrumentos como harmônica, cello, entre outros", expressa.
Com o objetivo de introduzir esse novo padrão de som, DJ multi-instrumental, Doctor G pretende começar a produzir, fazer cursos de produção e soltar seus próprios singles. Já com a chance de tocar para o público no Senses - experiência sensorial paulista que envolve gastronomia, tecnologia e muita música -, a oportunidade tem sido extraordinária. "Fazer o sax em músicas da Nora e o aerophone imitando cello em Father Ocean ficou muito legal".
Curiosos com o ao vivo do Doctor G? No dia 14 de agosto o DJ realiza mais uma apresentação no Senses, em São Paulo, seguindo todas as orientações da OMS. Não perca!
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Otávio Apovian
Graduado em Publicidade (ESPM-SP); DJ e produtor musical no projeto Apollorabbit. Onde encontrar: nas pistas mais obscuras e com sons cabeçudos