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Entrevista | Ferry Corsten vem ao Brasil com grandes projetos!

Otávio Apovian
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Ferry Corsten é um dos artistas mais importantes do Trance e das sonoridades voltadas ao Progressive House, com uma carreira de mais de 20 anos. Construindo sua jornada musical com produções autorais, compilações, centenas de lançamentos e uma série de projetos especiais, gravadoras, conceitos e muito mais, Ferry criou um catálogo de grandes trabalhos, muito importantes para a música eletrônica.

Em 2022, Ferry lançou seu conceito What The F, cuja proposta é apresentar todos os aspectos sonoros do artista, que durante a noite toda, toca músicas do começo até o momento atual de sua carreira. 

No próximo final de semana, dia 10 e 11 de Junho, o holandês desembarca no Brasil para duas apresentações exclusivas no Rio de Janeiro e em São Paulo. Na sexta-feira, a cidade maravilhosa recebe o novo conceito de Ferry Corsten, o What The F, e no sábado, é Sirius White Party em São Paulo receber o artista, acompanhado de nomes como Roland Clark, D-Nox, Volac e mais. 

Os ingressos para a Sirius White Party em São Paulo estão disponíveis neste link, e você pode comprar os ingressos para a What The F no Rio de Janeiro aqui.

Confira a entrevista pra lá de especial que fizemos com Ferry Corsten, que dividiu alguns detalhes e segredos dos bastidores, mais informações sobre seu novo conceito What The F, inspirações e muito mais!

Olá Ferry! Como você está hoje?! De onde você fala?

"Olá pessoal! Estou muito bem, obrigado! Agora eu estou em casa, na Holanda! E como está o Brasil?"

Por aqui tudo lindo, quente como sempre e com céu azul!

Antes de começar a entrevista, estava olhando minha coleção de CDs e me deparei com sua coletânea "Once Upon a Night", e foi um dos primeiros álbuns que me transportou para o mundo da música eletrônica, que me gerou a curiosidade de entender melhor sobre o som e sobre os artistas e fiquei me perguntando: quais são os artistas que te inspiraram a criar e produzir música no começo da sua carreira?

"Bom, eu cresci nos anos 80, nasci nos anos 70 mas a partir da década seguinte eu comecei a entender a música. Foi mais uma era, uma época da música que eu cresci ouvindo, muito mais do que só um ou dois artistas específicos. Tinha tanta coisa rolando, tinha o Disco, o Hip Hop eletrônico estava chegando com tudo, uma pegada mais Funky, Afrika Bambaataa, coisas assim muito legais. Quando criança, eu ouvia bastante rádio e tinha um programa que fugia das top 40 mais tocadas, e isso para mim era incrível, e acho que foi aí que tudo começou!"

Fugindo um pouco do convencional que todos já conheciam, não é?

"Sim, com certeza! E quando falamos de DJs, Paul Oakenfold, Carl Cox, Sasha, John Digweed já estavam fazendo um barulhão naquela época, e mal posso acreditar que eles ainda estão bombando nos dias de hoje! Eu acompanhava o trabalho desses caras na época, mas ainda não era um DJ, então essas foram as minhas primeiras inspirações."

E você está de olho em algum artista brasileiro no momento?

"Eu sou um grande fã do Vintage Culture! O som dele é muito legal, adoro como ele cria uma ponte entre o House e sonoridades mais melódicas, que na minha cabeça chegam até a se aproximar do Trance, mas ainda se mantém no espaço do House. Inclusive é por aí que minhas produções estão direcionadas atualmente, fugindo um pouco do Trance real, agora é mais groovy!"

Ainda falando sobre os artistas brasileiros, queremos saber o quão animado você está para voltar ao Brasil e o que você acha do nosso país? 

"Parece que faz uma década que não vou ao Brasil! A última vez que estive aí foi na Laroc em 2019, alguns meses antes da pandemia. Eu amo o Brasil! Tenho muitos amigos aí, amo a mentalidade, amo a vibe, as pessoas… é sempre tão alto astral e feliz. Sempre que vou para o Brasil é muito bom, então estou bem animado!"

Falando na Laroc em 2019, o que você acha que mudou no seu som desde então?

"Bom eu tinha meu Radio Show chamado Countdown, e depois de 70 episódios eu resolvi dar uma mudada nas coisas, então parei com ele. Isso me permitiu focar mais em mim, e no som que eu tinha naturalmente me direcionado, uma coisa mais melódica e voltada ao House como Tinlicker e Vintage Culture. Inclusive, me permitiu tocar e explorar mais essa sonoridade com um BPM mais baixo, mas com a vibe, com a melodia e tudo, só um pouco mais groovy. E isso é bem diferente do que rola esse final de semana, com o What The F! O projeto traz um pouco de tudo que o projeto Ferry Corsten produziu, desde quando comecei, até agora, com tudo que eu posso tocar e montar um set coeso. Vai ser um set all night long que vai trazer uma visão panorâmica de tudo que o projeto Ferry Corsten é e foi."

Então o conceito What The F é imprimir a essência do projeto Ferry Corsten no som durante uma noite inteira?!

"Sim! Eu já fiz alguns sets de discografia durante os anos, de uma hora a uma hora e meia, e a resposta da pista era incrível! A vibe era diferente, as pessoas cantavam todas as músicas. Ao mesmo tempo, algumas pessoas vinham me sugerir um set open-to-close, afinal, atualmente tem bastante gente fazendo isso. O que passava na minha cabeça era justamente isso: com tantos artistas fazendo esse formato de apresentação, eu queria fazer algo diferente. Nos próximos dias pensei bom, já fiz muita música na vida; e se eu fizesse um set open-to-close com só as minhas músicas, exclusivamente?! E o nome "What The F" é porque quando você ouve o set, você fica tipo "What the f***?!!" como tudo isso vem de um cara só?!"

Bom nesse final de semana você volta ao Brasil e tem duas apresentações, em São Paulo vamos ter a Sirius White Party, e no Rio de Janeiro vai rolar a What The F certo? O que podemos esperar dessas apresentações? Vão ser dois sets completamente diferentes, não?

"Com certeza eles serão diferentes! Bom o What The F vai trazer meu single mais recente até os clássicos de 20 anos atrás. Algumas das mais antigas estão atualizadas, ainda vão soar como os clássicos mas eu produzi elas novamente. É uma coisa mais de músicos e produtores nerds como eu, pois quando ouço as antigas, consigo ouvir o quão ultrapassada a tecnologia se tornou. Para alguns isso poderia até ser um charme, mas para mim, sempre me vem a sensação de que poderia ter sido melhor executado. Se determinado som fosse produzido hoje em dia, ele soaria muito mais forte, mais ajustado e poderoso, então peguei as antigas e reproduzi elas para que soassem mais fortes e mais na cara, sabe? Então fiz isso com várias das tracks antigas, e ainda fiz alguns mashups especiais para esse show em específico. 

O meu set na Sirius White Party vai ser algo totalmente diferente, uma coisa mais atual e nova, uma amostra do que venho produzindo recentemente. Se você der uma olhada no line-up, vai ver que os artistas tocam um som mais deep, e eu pretendo integrar isso. Não vou ser o estranho do line-up que chega com um som destoante dos outros"

Falando agora sobre a sua gravadora, a Flashover Recordings, que lança vários tipos diferentes de som, diferentes gêneros e estilos, mas sentimos que ao mesmo tempo tem algo ali que cria uma união. Qual você acha que é o fio que mantém tudo junto, tudo integrando uma coisa só?

"Eu fico muito feliz que tenha dito isso! Não é uma coisa que fazemos conscientemente, mas fico feliz que veio dessa forma. Eu acho que uma gravadora deve representar um som. Quando vamos ouvir as demos que chegam para a Flashover, a primeira coisa que buscamos é um gancho ou uma melodia forte, mas também, algumas vezes, uma track meio comum, claro, apesar de serem muito boas, são mais comuns. Ou então aquela track esquisita e que ao mesmo tempo é muito singular e especial e ninguém quer lançar, nós lançamos por que é irado! Então sempre buscamos prezar por esses critérios."

O que mais podemos esperar de Ferry Corsten para os próximos meses? Algum projeto especial ou alguma novidade que possa contar para nós?

"Bom, agora eu estou bem focado nos shows do What The F. Nos bastidores estamos trabalhando com várias datas em lugares diferentes para o show. Trabalhando em vários novos singles, tenho algumas ideias e rascunhos para o que talvez se torne um novo álbum, mas ainda está tudo nos estágios bem iniciais, é cedo demais para dizer com certeza que vai ser de fato um novo álbum. Fora o Ferry Corsten, tenho meu outro projeto FERR, com uma pegada mais cinematográfica e ambiente, e estou trabalhando em algumas coisas novas para isso, então eu espero que logo um álbum para o projeto também tome forma!"

  1. Bate-bola
  2. Um ídolo: "Hans Zimmer"
  3. Prato favorito da vida: " uma ótima carne!"
  4. Um lugar que sempre quis ir: "Maldivas"
  5. Primeira memória que vem à cabeça durante uma turnê: "meu primeiro festival, Homelands no Reino Unido!"

Leia também: Sirius White Party vai rolar no dia 11 de junho em São Paulo

Otávio Apovian

Otávio Apovian

Graduado em Publicidade (ESPM-SP); DJ e produtor musical no projeto Apollorabbit. Onde encontrar: nas pistas mais obscuras e com sons cabeçudos

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