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Entrevista | Lari Hi conta detalhes sobre sua nova gravadora Hi Music

Bruna Antero
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Há três anos desenvolvendo um trabalho consistente, com lançamentos, planejamento e uma identidade sonora e visual bem definidas, a paulistana Lari Hi dá um passo a mais em sua carreira, que conta com participações em grandes festivais como Planeta Atlântida e Inter Unesp, e lança seu próprio selo, o Hi Music.

Com foco no progressive house e melodic techno, vertentes que a artista têm apostado em suas produções, colocando seu nome cada vez mais em evidência na cena da música eletrônica nacional, alcançando mais de 2,5 milhões de plays apenas no Spotify, Lari Hi vai conciliar as funções de DJ, produtora e label manager.

Batemos um papo com a boss da Hi Music para sabermos mais detalhes sobre o selo e sobre o lançamento "Hallucination", com vocais de Nicole Katibe, que deu start na realização de ter a sua própria gravadora hoje, 7 de maio, com mais liberdade para programar seus próprios releases, apoiar e incentivar novos nomes. Dá o Play e confira a entrevista!

Oi Lari, prazer falar com você novamente! De onde veio a ideia de abrir o seu próprio selo? Foi um projeto que surgiu durante a pandemia ou já era sonho antigo?

A ideia vem de muito tempo. Ter uma label e fazer seus próprios lançamentos te dá uma liberdade maior para trabalhar seus releases. Já era um sonho antigo, mas, que só se concretizou agora na pandemia.

Como você tomou conhecimento da gestão de um selo para comandar a sua própria gravadora? Você se inspira no trabalho realizado por outra gravadora?

Hoje, graças a Deus, eu conto com ajuda de uma equipe, o que eu acho muito importante ter para que eu consiga focar em outras coisas. Gerenciar uma label, com certeza, é muito trabalhoso e difícil, então, escolhi o Grazioli pra trabalhar comigo nessa jornada.

Me inspiro muito em labels gringas como a Spinnin' Records e Anjunadeep. Mas, com certeza, quero que a Hi Music siga o caminho da Anjuna.

Atualmente, qual é o principal desafio para um produtor ou produtora lançar a sua faixa em uma gravadora e como vocês vão atuar para facilitar esse percurso? Quem poderá lançar na Hi Music?

Normalmente, é achar a gravadora certa para aquela track, o que não é muito fácil. Quero começar a lançar em labels gringas, e a minha label está sendo lançada justamente para que eu não deixe de mostrar meu trabalho para vocês e para contribuir com o trabalho de outros artistas.

No início nós vamos fazer curadorias e escolher músicas que sejam o foco  da label, incialmente, progressive house e melodic techno. Mas, quem sabe mais pra frente abriremos outros braços do selo.

Hoje, não são muitas as labels comandadas por mulheres. Como você vê essa atuação tendo, por exemplo, profissionais mulheres em cargos altos de selos como a Ministry of Sound começando a se destacar?

Eu acho incrível que as mulheres estão conseguindo se destacar nesse meio, acho que temos realmente que nos unir e nos ajudar, puxar uma a outra para que possamos ter voz nesse meio tão machista.

Você é jovem, produtora, abrindo sua própria gravadora, como foi chegar até aqui em tão pouco tempo e qual o apoio você tem na sua carreira?

É muito gratificante ter chegado aqui em tão pouco tempo, mas, com certeza, eu tive o apoio de muitas pessoas. Minha família, o Viking que é meu sócio e coprodutor, são muitas pessoas que acreditaram em mim e viram meu potencial. Eu acredito que quando você faz as coisas de alma e coração, sem passar por cima de ninguém e respeitando todos que te ajudam e que estão do seu lado, as coisas realmente tendem a dar certo.

Quais mulheres dentro e fora da cena te inspiram?

Fora da cena, com certeza são as mulheres da minha família, por serem tão guerreiras. Quando eu nasci, minha mãe tinha 16 anos, então, sem dúvidas, ela foi uma super guerreira. E dentro da cena, eu acredito que todas devem ter seu crédito, e eu falo isso com todo meu coração. As mulheres que trabalham na cena têm que passar por cima e vivenciar muitas coisas que talvez os homens não tenham, ou tenham menos. Então, acho que todas, de alguma maneira deve servir de inspiração.

A track que abre o catálogo de lançamentos não poderia ser outra, uma faixa autoral assinada por você: "Hallucination". Tem algum motivo especial?

Essa é uma track muito importante para a minha carreira, fiz ela pensando em ser a intro do meu show e ela foi a da minha live, que eu fiz no ano passado. Eu queria começar minha label com uma música que fosse especial para mim, e essa é. Além de contar com a participação da linda Nicole Katibe, que canta MUUUUUITO.

As linhas mais progressivas são uma característica forte do seu som. Como você chegou a essa identidade? E como, hoje, você vê a sua sonoridade?

Eu sempre curti esse tipo de som, mas, nunca foi aceito no Brasil. Porém, eu não estava feliz com as produções que eu estava fazendo, e nem com o caminho que minha carreira estava seguindo, eu não tinha vontade de tocar minhas próprias músicas nos shows. Foi aí que eu decidi mudar e graças a Deus tem dado tudo muito certo.

Quais lançamentos já estão engatilhados?

No meu selo já tem dois lançamentos meus, mas, no próximo mês, já vamos começar as curadorias para os outros artistas.

Foto por: Fabrizio Pepe

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Bruna Antero

Bruna Antero

Pós-Graduação em Engenharia de Marketing (USP); Graduação em Administração (UFPR PR); 13 anos de experiência nas áreas de marketing, trade e vendas. Onde encontrar: em algum palco underground explorando novos artistas e em alguns afters

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