Um dos artistas mais talentosos e importantes para o desenvolvimento da música eletrônica como um todo, Paul Kalkbrenner cresceu em Berlim e tinha apenas 12 anos quando o Muro caiu. Cercado por uma nova cultura emergente e forte, Paul passou sua adolescência em festas de música eletrônica, colecionando discos, construindo sua própria identidade sonora e discotecando, até o momento em que percebeu, ainda jovem, que sua praia mesmo era produzir e tocar suas músicas ao vivo, como chamamos hoje o "live act".
Dono de hits como "Feed Your Head" e "No Goodbye", além da autoria da trilha sonora do filme "Berlin Calling", que marcou uma geração inteira, Paul Kalkbrenner vem moldando a música eletrônica de forma rica e única, sem dúvida um nome que merece mais atenção no Brasil.
Batemos um papo super especial com o artista no The Town, vem conferir!
É a sua primeira vez tocando no Brasil?
Em um grande evento, sim! Já toquei em lugares menores e clubs mais underground mas isso faz 15 anos ou mais... Então é como um retorno pra mim.
E por que você demorou tanto pra voltar?
Não tenho ideia, honestamente, Toquei em vários shows na América do Sul nesses últimos anos, vários shows na Argentina, vários shows em outros países ao redor mas no Brasil não rolou nesses últimos anos, não tenho ideia do motivo... Mas agora chegou a hora!
Sim, graças a Deus! E não sei se você sabe, mas o The Town está em sua primeira edição e o New Dance Order, palco de música eletrônica, está trazendo várias labels locais e underground para o palco todos os dias... O que você acha que isso pode influenciar na cena underground local, marcando presença em um grande festival?
Essa tem sido a minha missão ao longo dos anos: levar um som menos comercial para grandes palcos. Para mim, a música é uma forma de expressão profundamente pessoal e artística, e tenho trabalhado muito para compartilhar essa autenticidade com o público. Acredito que a diversidade musical é essencial, e é uma jornada que abraço com dedicação e paixão.
Existem diferenças no seu setup e no live set quando você toca em palcos grandes como o do The Town e quando toca nos clubs menores?
Na verdade eu não toco mais nos clubs menores… Mas sim, quando os palcos são maiores, a pegada é um pouco diferente.
Você tem um estilo e uma abordagem bem única com o som ao vivo. Existem artistas brasileiros que você tem ficado de olho ultimamente?
Não, não tenho ideia. Quando eu era mais novo eu acompanhava e ficava de olho em vários artistas, mas nos últimos anos tenho achado cada vez mais importante focar em mim e no meu próprio trabalho.
E você conhece ou acompanha algum artista brasileiro?
Tenho um bom amigo, o Gui Boratto! Ele toca aqui no The Town também, mas não hoje… eu não o vejo em cinco anos mais ou menos, então vamos ver!
E o que podemos esperar do seu show hoje a noite? Não sei se você pode adiantar algo
O que normalmente acontece é que eu realmente vou sem preparar nada para o palco e aí vou vendo como as coisas vão fluindo às vezes eu não sei nem como vou começar então espero até o último segundo pra decidir.
Ontem estava uma super chuva aqui, e hoje está super calor…
O melhor dia! Vai ser perfeito! Mal podemos esperar pra te ver tocar! Muito obrigado! Aproveitem o show!
Otávio Apovian
Graduado em Publicidade (ESPM-SP); DJ e produtor musical no projeto Apollorabbit. Onde encontrar: nas pistas mais obscuras e com sons cabeçudos