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Entrevista | Raffa Boeno lança EP "Essence" pela Harabe Black, label referência em Indie Dance

Bruna Antero
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Depois de intensos meses no estúdio, a DJ e produtora Raffa Boeno está pronta para iniciar uma nova fase. O EP "Essence" chega como início de uma série de lançamentos, que vêm acompanhados de uma evolução pessoal e profissional da artista.

Sinal de estar em um caminho próspero dentro do Indie Dance, Raffa foi convidada pela label turca Harabe Black, uma das gravadoras de maior destaque no subgênero no Beatport, para lançar não apenas duas músicas originais, como dois remixes assinados por dois artistas que são referência no cenário global: o espanhol James de Torres e o ucraniano Cuprite.

Aproveitamos o lançamento do EP "Essence", que saiu hoje, 18 de Abril, para bater um papo com a artista e também com os convidados para remixar as faixas "Move Your Body” e "Have a Good Time". Confira:

Por que o nome do EP é Essence e o que ele significa para você? 

Raffa Boeno: Esse lançamento é um marco, é meu primeiro EP e significa muitas coisas, pois é uma conquista para mim e para todos que acreditam no meu sonho e trabalho. Uma Raffa Boeno mais madura, mais decidida e confiante no processo. É resultado de muito esforço, trabalho, altos e baixos, e anos de estudo! Eu dedico 80% do meu tempo para a música, só não dedico 100% porque preciso da parte financeira, por não conseguir viver da minha arte ainda! 

Além disso, é a realização de um sonho, motivador, gratificante poder fazer o que amo! Eu estou com muitas músicas prontas e poderia ter lançado antes, mas o que faz esse EP especial é o reinício de uma série de lançamentos, que vêm acompanhados de uma evolução pessoal (Essência), profissional e em busca constante do equilíbrio, para trazer o principal, música para todas as pessoas que me acompanham e que vão me acompanhar, e de certa forma conectar com as pessoas através da minha música que é o meu propósito!

*Créditos: divulgação

Por que James de Torres e Cuprite foram escolhidos para fazer os remixes das faixas?

Raffa Boeno: A oportunidade surgiu a partir da iniciativa da Label, por ser um EP, seria interessante colocar outros remixes de artistas que já lançaram por lá. Quando Cagdas, da Harabe Black, me trouxe possíveis nomes para fazer os remixes, eu fui atrás de conhecer o trabalho de cada um, e não poderiam ter escolhido outros artistas para trabalhar neste EP junto comigo se não Cuprite e James de Torres! São artistas que admiro imensamente como pessoas hoje, e cujo trabalho é impecável, estou trabalhando para chegar no nível deles de produção!

No Cuprite, eu percebi um grande artista com grandes lançamentos, música boa, com um trabalho incrível, uma sensibilidade muito perceptível em suas produções, que me chamou muita atenção! E de fato, hoje conhecendo mais a pessoa dele, sou mais grata por ter um remix dele em meu primeiro EP.

Já no James de Torres, eu vi um artista com músicas incríveis, um carisma único e um jeito muito próximo dos brasileiros, e de fato ele já veio muitas vezes para o Brasil e convive com brasileiros. Até então eu não imaginava o quão próximo de fato ele era e foi um ótimo motivo para escolhê-lo para fazer um remix também. 

Só tenho a agradecer ao James de Torres e Cuprite pelo trabalho incrível e especialmente ao Cagdas, da label Harabe Black, pela confiança e por fazer tudo isso acontecer!

Quais as expectativas após esse EP?

Raffa Boeno: Esse EP é o marco de início de muitos lançamentos, gostaria muito que as pessoas ouvissem minha arte, apoiasse a minha música, e que essas e as outras músicas que vem esse ano, em algum momento, faça sentido para as pessoas ao ouvirem, sendo tocadas ou reproduzidas em algum lugar!

Além disso, após esse lançamento, já tem em média uma programação de mais 2 EPs e mais uns 8 lançamentos pelo menos, ainda nesse ano, sendo alguns autorais, e alguns Bootlegs, além de Collab com uma grande artista.

Como um nome reconhecido dentro dos gêneros de Indie Dance e Tech House, o que te chamou a atenção na faixa "Have a Good Time” da DJ e produtora brasileira Raffa Boeno? Quais características você trouxe ao remix para se diferenciar da faixa original? Como você vê tanto a versão original quanto o seu remix funcionando na pista de dança? Você acha que elas se encaixam em momentos diferentes do set ou despertam tipos de energia distintos?

Cuprite: Eu colaboro constantemente com a equipe do selo "Harabe" e gosto do gosto musical deles e da seleção de artistas. E eu gostei da faixa original da Raffa, "Have a Good Time". Costumo experimentar com gêneros, como se fosse um desafio pessoal ;) Para ir além das "fronteiras criativas" — já que a faixa original é no estilo Indie-Dance — decidi fazer algo mais na linha do melodic house ou techno. Gostei do groove rítmico dos vocais, e me concentrei nisso. Quis criar um drop épico. Um mínimo de instrumentos, ritmo de baixo e groove de sintetizadores com um som mais atual. E fiquei satisfeito com o resultado ;)

Fiquei feliz em conhecer e colaborar com a Raffa. Gosto do gosto musical dela. E as qualidades humanas também são importantes para mim — quando é fácil trabalhar e se comunicar. A Raffa tem todas essas qualidades ;)

*Créditos: divulgação

Você está lançando um remix de "Move Your Body", da DJ e produtora brasileira Raffa Boeno. Do ponto de vista de produção, quais elementos da faixa original chamaram sua atenção e como você abordou a reinterpretação deles na sua versão?

James de Torres: O que eu gostei em "Move Your Body" não foi apenas o vocal, que me lembrou algumas produções do Vintage Culture, mas também os elementos de nu indie e breakbeat que o Raffa incorporou à faixa original. Acho importante adicionar novos estilos ou novos tipos de música a essa onda melódica — a era Afterlife e Tale of Us está chegando ao fim, então tudo o que for fresco e único vai chamar a atenção das pessoas, como aconteceu comigo com a faixa original.

Quis dar uma vibe mais progressiva, tentar alcançar um público maior, mas permanecendo fiel ao meu próprio som. Quando faço um remix, acredito que é preciso criar um novo projeto para chamar a atenção de um público diferente do que a versão original atinge. Obviamente, grande parte do público será a mesma, mas tentar se abrir para outros gêneros pode ajudar a expandir a base de fãs e o número de ouvintes de ambas as faixas.

Considerando sua familiaridade com o público brasileiro, você acredita que tanto a versão original quanto o seu remix têm potencial para se conectar com os ouvintes no Brasil? E, na sua visão, o que dá à faixa potencial para alcançar públicos além do Brasil também?

James de Torres: Acredito que a Raffa tem uma bagagem com maior influência brasileira, e eu meio que consigo sentir isso nos samples vocais que ela usou, enquanto o meu estilo mais progressivo provavelmente se encaixa melhor na Europa ou na Argentina. Acredito que as duas versões vão funcionar muito bem, independentemente da região do mundo. A cena no Brasil está crescendo muito, e os sons melódicos estão ganhando espaço com artistas como o Vintage, obviamente, mas também Mila Journée, Ruback, Binaryh. Essa faixa vai funcionar — tanto a original quanto o remix — com certeza ao redor do mundo todo.

*Créditos: Marxio Pinta

Não deixe de ouvir o EP "Essence", um convite para conhecer o trabalho da artista em um projeto muito mais maduro e uma identidade sonora que se consolida!

*Créditos Capa: Fernando Sigma


Bruna Antero

Bruna Antero

Pós-Graduação em Engenharia de Marketing (USP); Graduação em Administração (UFPR PR); 13 anos de experiência nas áreas de marketing, trade e vendas. Onde encontrar: em algum palco underground explorando novos artistas e em alguns afters

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