Monique Rocha, DJ e produtora cearense e estrela em ascensão é o nome por trás do projeto Monic (BR), que vem conquistando o país afora, com importantes suportes nacionais e internacionais, mesclando suas origens nordestinas com a energia de sua experiência na noite paulista.
Trazendo uma abordagem única e muito particular do Techno, Monic ganhou destaque na plataforma Beatport, nos charts de Techno Peak Time, suporte da DJ e produtora Sama’ Abdulhadi, além de ser apontada como uma das artistas mais relevantes do Brasil pela DJane Mag.
Trazendo toda sua bagagem em mais de 10 anos de carreira na música eletrônica, passando por palcos de importantes clubs e festivais como Universo Paralello, Playground, UP Club, D-Egde, Mandallah, Clube dos Lenhadores entre muitas outras, Monic também mostra todo seu potencial trabalhando no estúdio. Seu último lançamento de 2022 foi o álbum "Observe", com 10 faixas autorais, que proporcionam reflexão e conexão com o momento. Nosso Go Girl de hoje é com ela, Monic! Confira o papo:
Do início, como começou sua relação com a música, e principalmente, com a música eletrônica?
"De início, tenho uma influência na minha família, tenho uma tia que sempre admirei: ela tocava flauta pra mim quando criança. Mais tarde, já na adolescência, ganhei um violão e daí tive meu primeiro contato com performar as primeiras músicas. Mas a paixão mesmo surgiu quando encontrei na música eletrônica meu lugar.
"Já como DJ, tive a honra de participar de vários circuitos de música eletrônica no meu nordeste. Tenho como minha maior referência o DAVE THE DRUMMER, CHRIS LIBERATOR no Techno, e sempre que penso em referências, me vem o sr Osvaldo Pereira, o primeiro dj do brasil, que vem passando de gerações em gerações a música <3 Eu espero que possa envelhece assim também!"
Qual foi o momento de virada na sua vida em que decidiu trabalhar com a música eletrônica? Como foi esse período?
"Como uma boa capricorniana, sou apaixonada pelo meu trabalho e também pela organização. Desde cedo, sempre busquei trabalhos, acreditava e, ainda acredito, na ideia de ser independente, empreender e de ter meu negócio."
"Eu confesso que jamais imaginei chegar onde eu cheguei. No começo foi muito difícil ter coragem de abandonar meu trabalho, onde trabalhava no Beach Park em Fortaleza e arriscar vir para São Paulo, junto do Emanuel Dantas, para arriscarmos esse sonho que era viver da música."
"Logo após chegar, ali pelo terceiro mês em São Paulo, fui bookada para o Egito. Lembro que fechei a gig pelo facebook. O medo era tão grande, mas sempre confiei na minha intuição. Tive a honra e o maior privilégio da minha vida que foi tocar no lugar mais sagrado do mundo pra mim."
"Então, a música me deu a honra de poder dividir sentimentos, somar e poder sempre retribuir da melhor forma possível tudo de melhor que ela me traz e hoje, com 10 anos de carreira, percebo o quão grata eu sou por tudo que já conquistei!"
Quais outras artes inspiram sua música e as outras áreas da sua vida? Como?
"Amo ter meu momento sozinha, nestas ocasiões, sempre busco encontrar na minha conexão com a natureza as respostas para todas perguntas, seja pessoal ou profissional. Sou um tanto sensitiva, meio que sinto as energias de modo intenso, é uma ligação com a espiritualidade e minha ancestralidade, não consigo expressar bem em palavras."
"Ainda penso em uma casa grande, com um imenso espaço verde, lá cuidaria do meu filho Ceará ( meu vira lata). Fazer algo com minhas próprias mãos, talvez mexer com marcenaria, mexer com madeira. Academicamente, sou formada em Gastronomia, então ter uma ambiente e rotinas que me permitamr cozinhar para os meus amigos, sem dúvidas é também um grande sonho a ser realizado."
"Artes plásticas, arquitetura & Urbanismo, tocar baixo, e algo dentro do audiovisual, com vídeos e afins."
Ao longo dos anos como DJ e produtora musical você deve ter vivido experiências únicas e pra lá de especiais. Qual é a primeira memória que vem à cabeça quando perguntamos sobre um momento inesquecível tocando?
"A turnê no Egito, sem dúvidas! Eu sempre falei que um dia iria conhecer, e adivinha? Foi o primeiro país que me acolheu de uma forma ímpar."
"Sempre sonhei em tocar na região norte, fora do eixo cultural RJ-SP. Consegui este nao ir ao Amazonas também, quando fui convidada pela Madame C para tocar no Abaré, casa que vem abrindo oportunidades para artistas independentes do brasil. Era um sonho mesmo vivenciar e desfrutar do nosso maior tesouro brasileiro. Foi uma grande honra tocar e conhecer uma cultura tão diferente e ao mesmo tempo cheia de elementos parecidos que remeteram ao meu Ceará. Me senti em casa."
Criar um álbum inteiramente autoral não é tarefa fácil. Como surgiu a ideia do conceito de "Observe", e como funciona seu processo criativo no estúdio?
"Sou uma pessoa matutina, este é meu melhor horário de criatividade para produção musical. Acordar cedo, tomar meu café e ir direto pro estúdio já: este é meu protocolo diário."
"Durante o processo de concepção e produção desse álbum, eu estava passando por momentos bem difíceis da minha vida, além de ter perdido grandes amigos e estar passando por todo o momento pós-pandemia, eu também sofri ataques nas minhas páginas, que me fez perder minhas redes sociais com anos de registros pessoais e profissionais. Neste ponto, obtive o diagnóstico de depressão."
"Como sempre tive a música como um grande forte de energia inspiradora, para além do entretenimento simples. A motivação para seguir, minha única vontade era ir ao estúdio. Nesse meio tempo, acabei por me isolar socialmente, talvez aproveitando as normas e leis de distanciamento social, deixei meu outro trabalho não relacionado à música para, quem sabe, me curar de alguma forma."
"Dedicada exclusivamente à produção, com o álbum eu me permitir criar de alguma forma uma ferramenta para me motivar e assim também melhorar minha saúde mental. Agora, depois disso tudo, percebi o quão estressados estamos no corre-corre diário e negligenciando o amor!"
Não posso deixar de citar e agradecer a ajuda incondicional namorado Gabriel Rocca, produtor musical maravilhoso que vem me ajudando muito nesse processo de aprendizado na música."
Qual foi a principal mensagem que você quis construir e transmitir com seu álbum "Observe"?
"Nem no meu maior sonho imaginei que um dia lançaria um projeto como esse, um álbum de estreia como uma estética underground, bem “lado B”. Eu quis construir uma narrativa, contada em 10 faixas autorais que trazem uma experiência de SENTIR,, através de músicas ambientes, para relaxamento, mantras, downtempo, trip, jam, reggaeton, cinematic, trilhas e mais."
"Eu saí completamente da minha zona de conforto, de forma que pudesse levar, através do meu som, boas energias pra vocês, criando músicas para trazer tranquilidade, paz na alma, conexão com natureza, em meio a esse mundo onde casos de ansiedade e depressão só aumentam."
O que podemos esperar de Monic para 2023? Tem alguma novidade quente que possa contar para a gente?
"Posso adiantar aqui, em primeira mão, que a partir do dia 16/12, todas as sextas-feiras até fevereiro de 2023, haverá lançamento de novas faixas em todas as plataformas digitais.
"Em janeiro, vou tocar em um lugar que sempre sonhei, mas ainda não posso contar rsrs Contudo, já quero deixar meu agradecimento especial para um artista que me ajudou a conseguir realizar: Dj Aioowilly!"
- Ficha Go Girl Monic (BR)
- Nome completo: Monique Viana da Rocha
- Onde nasceu: Fortaleza (CE)
- Música favorita da vida: Rubão o dono do Mundo - Charlie Brown Júnior
- Collab dos sonhos: D.A.V.E THE DRUMMER
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Otávio Apovian
Graduado em Publicidade (ESPM-SP); DJ e produtor musical no projeto Apollorabbit. Onde encontrar: nas pistas mais obscuras e com sons cabeçudos