São poucos os projetos que criam uma marca que acaba igualando ou superando a própria grandeza. Este é o caso do Tale of Us, que criou a Afterlife, em 2016. Já de cara, a label dividiu-se em duas grandes frentes: uma festa, inaugurada na icônica Space Ibiza, que não tardou para invadir e conquistar os quatro cantos da Terra, com sold-outs cada vez mais velozes; e uma gravadora.
A Afterlife Records imediatamente tornou-se a grande referência de techno melódico do planeta, trazendo em média cerca de um disco por mês. De junho de 2016 até o fim de abril deste ano, foram 50 releases, contemplando os maiores nomes e também promovendo futuras estrelas do estilo. Recondite, Stephan Bodzin, Mind Against, Yotto, Agents of Time, Patrice Bäumel, Mathame, Maceo Plex, Adriatique e Denis Horvat foram alguns dos nomes que ajudaram a imprimir através do selo uma sonoridade particular de melodias progressivas, que virou febre mundial.
Há muito o que ser dito e explorado nas entrelinhas de tudo o que a Afterlife fez até hoje. Assim, convidamos um duo brasileiro diretamente influenciado por ela o Innure, formado por Colussi e r4ne, e headlabels da Prototype para destrinchar os b-sides mais especiais lançados pela label aqui, consideramos como b-sides as faixas "alternativas" de cada lançamento, ou seja, aquela que completa a que dá nome ao disco.
Na Indústria da música, o lado A e lado B são expressões que estão associadas diretamente aos discos de vinil. Historicamente, o B-side dos discos era composto por canções diferenciadas, experimentais, alternativas. As bandas aproveitavam o fato de que as pessoas precisavam parar e mudar o disco de lado para potencializar a quebra de fluxo e entregar leituras diferenciadas de seu próprio trabalho. Muitos artistas, grandes compositores e cantores por exemplo, já declararam que em seus discos de vinil que o B-side era o seu lado autêntico, a sua essência e que o A-side de seus discos continha as canções mais comerciais. B-side remete ao não comercial, ao alternativo, à diversidade, à espontaneidade, ao lado oposto.
Mind Against - Bloom
A faixa principal desse EP, "Walking Away", é a mais vendida da Afterlife, mas "Bloom' não fica pra trás no quesito qualidade. É uma track super emotiva, profunda e misteriosa, com um piano simples que deixa tudo mais melancólico e sutil.
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Woo York - Dancing With the sirens
É a track mais pesada do EP, sendo a única Peak Time, trazendo um leve tom acid que deixa ela bem interessante.
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Tale Of Us, Vaal - The Hangar
Lançada no mesmo EP da famosíssima "Monument', "The Hangar' traz uma vibe mais fechada, sem vocal, com elementos mais darks e mais acelerada, curtimos e tocamos ela algumas vezes já.
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Innellea - White Blanket
Com uma pegada mais próxima do Indie Dance, White Blanket é mais lenta do EP e traz uma vibe mais introspectiva que as outras não possuem, deu um ar fresh pro lançamento.
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Stephan Jolk - Inhibition
Enquanto as outras do EP possuem elementos mais agudos, essa é a mais dark de todas, dando ênfase na ambiência espacial obscura, junto aos synths etéreos que aparecem durante a faixa. Stephan Jolk é uma das nossas principais referências :)
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