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Como é a cena eletrônica de Sydney, na Austrália? LUMERTZ destaca alguns pontos-chave

Otávio Apovian
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Radicado na Austrália desde 2019, o ítalo-brasileiro LUMERTZ encontrou no Techno pertencimento e uma forma límpida para se expressar. Com apresentações intensas e ácidas, o artista tem se desenvolvido, desde então, em um continente bem distante do Brasil, o que, inegavelmente, traz mudanças culturais expressivas. Com apresentações  no Club 77, uma residência na Lucky Presents e na Sentando A Lenha, festa porto-alegrense que realiza edições na capital australiana, ele tem se desenvolvido progressivamente.

Noor Techno · Noor Podcast 034: LUMERTZ

Mesmo embasando seu trabalho nas escolas de Detroit e Berlim, os dois grandes berços de seu estilo sonoro, ele precisou entender a cena e como as pistas australianas responderam ao seu som. E como o mundo é pra lá de grande, nem sempre a gente fica sabendo como são tais pistas. Por isso, hoje convidamos ele para nos contar alguns pontos importantes de como a banda toca por lá. Confira!

LUMERTZ

Bom, vamos lá, aqui na Austrália temos uma cena relativamente nova, ao meu ver, tão nova quanto a do Brasil, porém com suas distintas características. Melbourne é a cidade onde a cena eletrônica melhor se desenvolve, pois tem uma vida noturna mais ativa, com uma cena clubber bem forte e com muito mais atrativo para que a cena se desenvolva. Se não me engano, é a 5ª capital do mundo para música. 

Já em Sydney, vemos uma cena mais itinerante, com uma forte presença de bush parties, boat parties e warehouse parties. Claro, há uma cena clubber também, mas não tão forte como as outras, visto que as leis daqui, até pouco tempo, não contribuiam para o desenvolvimento da cena. Algumas festas que valem ser citadas aqui na Austrália e tem um nome muito forte são: SASH (Sydney, Brisbane e Melbourne), WeLove (Sydney e Gold Coast), New Guernica (Melb), Undisclosed (Syd), Pop Up (Syd), Renegade (Syd) e Church of Techno (Syd).

Temos aqui na Austrália, uma forte presença de festivais. Estes acontecem predominantemente no interior, muito afastados da cidade, isolados, onde praticamente não há nem recepção de celular e duram por dias. Vemos nesses festivais uma diversidade enorme, passando dos estilos mais predominantes como psy trance e drum n bass até ao house, techno, tech house, deep tech e diversos outros. Alguns destaques dentro desses tantos festivais são: Rabbits Eat Lettuce, Rainbow Serpent, Subsonic, Elements, Pitch Festival, Electric Gardens e Earth Frequency.


Já que estamos falando da cena australiana, vale destacar também o trabalho das labels locais, que vem buscando desenvolver e disseminar pelo mundo o nome dos artistas australianos e demais que aqui residem, seja através do lançamento de músicas ou de evento próprios. Labels como AllFriends Records, onde realizo meu próximo lançamento (spoiler alert), WeLove Recordings e Recovery Collective são bons exemplos de gravadoras que devem ser acompanhadas.

Para concluir, acho válido citar os nomes de alguns artistas aqui baseados, maiores e menores, que vale prestar bastante atenção pois vem fazendo um trabalho bem legal: Gabriel Moraes, Hoten, Fabrication, Made in Paris, Nick Reverse, Lisa May, raF., Ravi Luchesi, Manu Neves, Caike e Abel Mezzomo.

Por Maria Angélica Parmigiani

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Otávio Apovian

Otávio Apovian

Graduado em Publicidade (ESPM-SP); DJ e produtor musical no projeto Apollorabbit. Onde encontrar: nas pistas mais obscuras e com sons cabeçudos

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