Que a cena underground da música eletrônica em São Paulo vem ocupando cada vez mais espaços já não é mais novidade para ninguém. Com toda sua multiplicidade e amplitude de espectro musical, a cena underground nacional é rica e singular, se tornando um espaço fértil para o estabelecimento de novos clubs, festas, label parties e novos artistas, que alimentam ainda mais esse universo.
Nesse post listamos alguns dos espaços, físicos e virtuais, para você conhecer, experienciar e desfrutar ainda mais da música eletrônica underground tanto na cidade de São Paulo quanto ao redor do estado, alguns já estabelecidos há anos, e outros mais novos e proeminentes, vem conferir!
D-Edge
A união entre o talento do brilhante Muti Randolph e a inventividade de Renato Ratier criou as condições perfeitas para que a sinergia entre sonoridade e iluminação fosse acentuada ao máximo nessa atmosfera particular, na qual a sinestesia possui um papel central.
A “caixa preta de som e luz” tornou-se um clássico e granjeou reputação global entre os amantes não apenas da boa música que a casa sempre procurou promover, como também de todos os interessados naquilo que uma ambiência singular pode oferecer.
Na cabine regularmente os maiores players do cenário underground internacional e residentes como Adnan Sharif, Blancah, Duc In Altum, Marcio S, Rodrigo Ferrari, Renato Ratier, Stanccione, e mais. O club completa 23 anos neste mês de abril. Saiba mais aqui.
Cardume
Encabeçada por dois nomes da nova geração da house music da cena paulistana, Pedro Gariani e Dion Castro, a Cardume Records surgiu em 2021 e já trouxe para seus palcos nomes como Eli Iwasa, Melon Bomb (Glitterbox Ibiza), Roland Leesker (DE), Pabels (AR), Relmer (NE), Leo Janeiro, Tessuto, Valentina Luz, entre muitos outros.
Além da label principal, a Cardume também está à frente do Baile das Piranhas, festa de destaque no último carnaval carioca, da festa Discoteca, sublabel dedicada à Disco Music, e também da Virada da Pantera, que trouxe uma programação incrível grande programação em seu primeiro réveillon na cidade do Rio de Janeiro, em 2022. Além da música, as festas visam fomentar a arte e a cultura por meio de performances que buscam provocar novas percepções e que valorizam a diversidade e também pela curadoria dos espaços ocupados a cada edição, que convidam a uma aproximação do público com a cidade.
Arca Spaces
Desde outubro de 2018, é aqui onde os grandes eventos da música eletrônica têm acontecido em São Paulo. Anteriormente ocupado pela Metalúrgica Atlas, também conhecida como “Fábrica das Fábricas”, o galpão onde hoje é a Arca foi erguido na década de 1960 e teve papel fundamental no desenvolvimento urbano industrial de São Paulo.
Já passaram por ali labels de grande relevância como Circoloco, Afterlife, Defected, KNTXT, Drumcode, elrow, Anjunadeep, HOLO do sueco Eric Prydz entre muitas outras.
Carlos Capslock
De toda a pluralidade multimídia de Tessuto, há 12 anos nasceu Carlos Capslock, um mix de DJ, viral, personagem e performer. A musicalidade da Carlos Capslock é um blend hipnótico de sonoridade minimalista, techno, nudisco, downtempo, house e um toque de evolução constante que oferece aos frequentadores a uma experiência inovadora e destoante do cenário local.
Um dos rolês consagrados da cena paulistana onde você encontra frequentemente artistas como Tessuto, L_cio e Paco Talocchi e tantos outros, dos nacionais aos internacionais.
Gop Tun
Outro rolê consagrado da cidade e que já virou festival, traz sempre o novo e clássico em suas festas, nacionais e internacionais, com uma curadoria pra lá de boa. Além dos Gop Tun DJs Caio T, Gui Scott, Nascii e TYV, nomes como Paramida, Dr. Rubinstein, Mall Grab, Eris Drew, Octo Octa, Motor City Drum Ensemble entre muitos outros já integraram seus line-ups. A label Gop Tun é conhecida pelo relacionamento com eventos como Dekmantel, e além de tudo, os Gop Tun DJs estão confirmadíssimos para a edição de 2023 desse festival holandês.
Mamba Negra
A Mamba Negra é uma festa independente criada em maio de 2013 pelas atuadoras Carol Schutzer (aka CASHU) e Laura Diaz (aka CARNEOSSO) inseridas num contexto forte de efervescência política e artística. Fruto do encontro de artistes de todo o Brasil, a Mamba surge para servir como uma plataforma de construção e experimentação de novas linguagens artísticas, estabelecendo-se também como uma importante ferramenta de luta e celebração.
Encontre no rolê: Valentina Luz, Teto Preto, Cashu e +
Tantša
A Tantša é um coletivo de música eletrônica criado em 2016, inspirado no crescimento do techno na Europa, especificamente a estética mais industrial, quando o gênero ainda era pouco difundido no Brasil. Trazendo showcases de labels como Cocoon e Photon, e algumas edições do Tantša Festival, o coletivo tem no repertório artistas como VTSS, Speedy J, Denis Sulta, DJ Hell, Ryan Elliot, Daria Kolosova entre muitos outros nos seus line-ups.
A Tantša possui uma gravadora que já conta com 6 lançamentos. A partir de, o plano é que sejam de quatro a seis lançamentos por ano, com investimento próprio, fomentando talentos nacionais.
ODD
Com sua forte e única identidade cultural na música eletrônica brasileira, a ODD foi criada em 2015, com uma curadoria artística que oferece excelência audiovisual e sempre proporciona uma forte experiência sinestésica, segura e inclusiva, em vez de apenas uma estrutura de eventos. Em 2019, o lançamento do selo ODDiscos apareceu para materializar a energia criativa que emana o projeto numa forma musical e em vários formatos.
A festa, feita para agradar quem gosta de celebrar a noite, sem limites, sem estigmas e sem barreiras, já apresentou grandes nomes da música eletrônica nacional e internacional, como, Honey Dijon, Octo Octa, Dixon, Âme, DVS1, Function, FJAAK, Job Jobse e mais.
Vampire Haus
Da DJ, produtora e live performer Suzana Haddad, nome por trás do projeto Putas Vampiras, o Vampire Haus vem com o objetivo de fomentar a cena Queer e Punk com o Techno como plano de fundo e movimento cultural. Por muito tempo promovendo eventos gratuitos, o Vampire Haus já tem mais de oito anos de história na cena underground brasileira produzindo festas, blocos de rua e raves com os nomes mais poderosos do cenário.
Em sua última edição na Fabriketa em São Paulo, o Vampire Haus trouxe o astro britânico Perc, ícone do Hard Techno e Gabber.
Crema Club
Com curadoria musical sob comando da Cactunes Records, o Crema Club fica na região de Pinheiros em São Paulo, com a proposta de oferecer ao público um momento de refúgio do frenesi cidade com um espaço a céu aberto, mesclando a vibe do Bruning Man e Tulum. Unindo a música eletrônica com bons drinks, a experiência imersiva que mescla diversos sentidos, como a decoração, cênica e curadoria musical voltada ao Organic House, Afro House e sonoridades melódicas. Além dos residentes Cactunes DJs, o Crema já recebeu nomes como Guss, Rodrigo Ferrari, Mindfreak, Henrique Barros, Meriva, Bragyptian, Riko & Gugga, se consolidando a cada abertura como um dos lugares mais especiais para a música eletrônica em São Paulo.
BLUM
A BLUM, festa independente da DJ e produtora Nikkatze vem ganhando cada vez mais visibilidade no cenário underground nacional com edições gratuitas ocupando espaços em São Paulo. Nomes como Vermelho, Renato Cohen, Valentina Luz, Tessuto e a própria Nikkatze são comuns comandando a pista, que sempre é quente! Saiba mais sobre a BLUM aqui!
CAOS
Para quem quiser sair um pouco da capital paulista, o CAOS Club é uma casa conhecida por trazer uma curadoria especial de música eletrônica underground no interior de São Paulo, na cidade de Campinas.
Criado por um grupo já conhecido por tratar seu trabalho e seu público como uma família, o CAOS brilhantemente revitalizou um galpão industrial na maior cidade do interior do Estado de São Paulo e o transformou em um refúgio da house, do techno e de groves urbanos. Em mais de quatro anos de existência, apresentou noites memoráveis com artistas da linha de frente do cenário nacional e internacional, como Emicida, Gabriel O Pensador, Laurent Garnier, Carl Craig, Nina Kraviz, Marcel Dettmann, ANNA, Marco Carola, Recondite e Ellen Allien.
Com o objetivo inicial de trazer os artistas que não cabem no premiado Club 88 — conhecido empreendimento premiado dos mesmos sócios, no Jockey Club da cidade —, o CAOS se tornou um grande propagador da boa música eletrônica através do trabalho de 90 funcionários, entre técnicos, seguranças, bartenders e outros profissionais, para assegurar a diversão de um público de cerca de 1.100 pessoas em cada abertura. Confira a programação do CAOS aqui!
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Otávio Apovian
Graduado em Publicidade (ESPM-SP); DJ e produtor musical no projeto Apollorabbit. Onde encontrar: nas pistas mais obscuras e com sons cabeçudos