Depois de quase dois anos de um duro hiato, o festival Ressonancia finalmente pôde celebrar sua 11ª edição no dia 15 de junho, no Sonora Garden. Sem suspense nem mistério, com certeza a celebração foi feita de forma grandiosa, linda e magistral. A sensação na pista era de conforto, emoção e energia, que proporcionaram uma atmosfera agradável e leve. Com certeza, um exemplo a ser seguido.
O Sonora Garden atendeu a todas as necessidades que um evento como o Ressonancia exigia. Além do espaço amplo e confortável, a experiência na pista foi agradável e acolhedora, que apesar de estar lotada e fervendo em energia, não ficou sobrecarregada.
Outro ponto de destaque positivo foram os bares, que, espalhados por todo o evento, não acumularam filas em nenhum momento, graças à agilidade, disposição e simpatia dos atendentes. O cardápio acatava todos os gostos, e os preços não destoavam do que se costuma ver nos eventos de música eletrônica por São Paulo. Amarrando toda a estrutura, a acessibilidade no Ressonancia também foi outro quesito que não deixou a desejar: rampas para os banheiros e para a entrada facilitaram o deslocamento e tornaram o evento acessível para todos.
Do começo ao fim, o Ressonancia construiu uma atmosfera intimista, amigável e cheia de emoção com uma curadoria artística de tirar o fôlego. Começando pelo line-up que trouxe sete atrações, quatro nacionais e três internacionais, o Melodic Techno foi representado em suas mais variadas facetas, de forma coerente, poderosa e única.
Com um som envolvente e coeso, a abertura do festival ficou sob comando de Orthus. Na sequência veio Guss, que esquentou ainda mais a pista trazendo mais muitas melodias e grooves. Marcando presença de maneira imponente e elegante, o duo alemão Frankey & Sandrino apresentou um set envolvente e dançante, repleto de melodias hipnóticas e percussões complexas que fracassaram todas as tentativas de parar de dançar, superando qualquer possível expectativa. Na sequência veio Recondite, diretamente da Alemanha, que apresentou um set em formato live act e em meio a todas as melodias mirabolantes, mostrou o motivo de ser tão pedido pelos fãs. A atmosfera criada pelo artista era quase cinematográfica, uma verdadeira jornada com começo, meio e fim e criou memórias muito especiais na mente de todos que dançavam ao seu som.
Quem recebeu a pista das mãos de Recondite foi a brasileira BLANCAh, que chegou com tudo mostrando o motivo de ser uma das artistas brasileiras mais quentes do Melodic Techno. Em meio às baterias poderosas cheias de groove, as melodias se desenrolavam em piruetas e, se misturando com os graves cheios, criaram um ambiente sonoro único e marcante. Em seguida veio o duo alemão Hidden Empire manteve a energia no alto, com peso e potência, com melodias misteriosas e instigantes. O encerramento da pista ficou por conta de Renato Ratier, que fechou o Ressonancia com chave de ouro, celebrando o retorno do festival como merecia.
Ainda sobre a curadoria artística, outro ponto que destaca o Ressonancia é o cuidado com os visuais durante toda o festival. Do começo ao fim, um telão atrás dos artistas criou uma atmosfera mágica e catártica, proporcionando uma experiência de encher os olhos, linda e inesquecível.
Retornando com força total, o festival mais uma vez encheu o coração dos fãs resgatando a sensação de união pela música. Ressonancia é um festival de quem gosta do que está fazendo para quem sabe onde está indo. Repetindo o sucesso da edição anterior há quase dois anos, o festival segue marcando a cena sempre com muito carinho e amor à música. Que aula, Ressonancia!
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Otávio Apovian
Graduado em Publicidade (ESPM-SP); DJ e produtor musical no projeto Apollorabbit. Onde encontrar: nas pistas mais obscuras e com sons cabeçudos