A Só Track Boa São Paulo aconteceu nos dias 14 e 15 de junho, mais uma vez em formato festival! A edição de 2024 foi a maior de todos os tempos até agora e veio com muitas mudanças: um novo local, 3 palcos, muitos artistas no line up, ativações inéditas e muito mais. Nós tivemos a oportunidade de ir nos dois dias de evento e pudemos viver diferentes experiências, seja na pista, Área VIP ou Stage Lounge... Podemos afirmar que foi incrível e aqui, nesse review, contamos com detalhes sobre como foi a nossa experiência!
Novo local | Neo Química Arena
A maior edição de todos os tempos da Só Track Boa veio com muitas mudanças e uma delas foi o local! Nos últimos anos, o evento foi realizado no Autódromo de Interlagos; para 2024, o Neo Química Arena foi a locação escolhida para sediar os dois dias de festival!
Toda a estrutura foi montada nos dois amplos estacionamentos da Arena, tornando possível a distribuição dos três palcos e todas as demais ativações e instalações. O gramado - para a tristeza de alguns - não foi utilizada, no entanto, para trazer mais conforto, praticidade e visando atender as mais de 70 mil pessoas, o festival utilizou de algumas das estruturas da parte fechada da Arena, como os banheiros e a praça de alimentação.
Como toda primeira vez, há alguns pontos que podem ser melhorados em relação a disposição de coisas, a sinalização - porque sim, era muito grande o espaço e por vezes o pessoal ficou meio perdido - melhorando fluxo. Mas de uma maneira geral, vimos a Neo Química Arena como uma opção boa para a nova casa do festival.
*Imagem: reprodução Instagram @sotrackboa | Palco Never Stop Dancing na Neo Química Arena, 2024
Acesso ao festival
Sabemos que com o anúncio do festival em um novo local, distante do habitual - nem tanto quanto o Autódromo de Interlagos - muitos ficaram preocupados com a logística do ir e voltar.
No primeiro dia, sexta-feira, fizemos uso do metrô, e sendo sincero, foi a escolha certa (evitando horário de pico, claro)! Uma grande vantagem é que a Neo Química Arena tem ao seu lado a estação de metrô Itaquera-Corinthians, o que trouxe uma facilidade tremenda para uso do metrô. Neste dia, a passarela da estação para a calçada do estádio ficou fechada nas primeiras horas do evento causando um pouco de confusão, mas pouco tempo depois foi aberta e o fluxo normalizou, além de sentirmos falta de policiamento e staff do festival sinalizando para a galera o sentido.
*Imagem: arquivo pessoal | Chegada na estação Itaquera-Corinthians
Um ponto que chamou atenção foi ao término do festival, no qual toda a multidão se dirigiu apenas para a saída por onde foi a entrada, causando uma demora, aglomeração e muita reclamação. Após um tempo, a organização liberou a saída por outros pontos, e ajustando essa situação para o dia dois do evento para evitar o ocorrido.
Já no sábado, escolhemos ir e voltar com o transfer da Fritur por já conhecermos a estrutura e funcionamento deles e confiarmos no trabalho. Nossa ida foi partindo da Barra Funda, sem atrasos, e desembarcando bem próximo da entrada do festival. O retorno estava bem tranquilo, conforme enchia os transfers eles eram liberados para saída.
Quem optou por ir de carro, transfer ou app de transporte para chegar cego na sexta, de fato acabou enfrentando uma demora considerável para chegar devido ao horário de pico, já que o festival abriu as portas às 17h. Enquanto de metrô levamos em torno de 50min saindo da estação Vila Madalena, escutamos relatos de pessoas que demoraram duas horas ou mais de carro. Já no sábado, o fluxo geral estava melhor.
Palcos
A Neo Química Arena foi uma ótima escolha e o espaço foi muito bem aproveitado. Os dois estacionamentos da arena foram usados para distribuir os três palcos.
O NSD (Never Stop Dancing), palco principal do festival, era o mais afastado e o que comportava mais pessoas, além de uma enorme área Vip em uma de suas laterais. Com um conceito de 'plataformas suspensas', tinha uma estrutura bem alta, com bastante iluminação, lasers, efeitos especiais que trouxeram a magnitude desta edição além de contar com um show especial.
*Imagem: reprodução Instagram @sotrackboa | Palco NSD, 2024
Já o palco OCA surpreendeu pela sua proposta com uma estrutura em 360º e deu o que falar nos dois dias de festival, com uma estrutura sonora e visual incrível, além de um show de fechamento especial. De fato a imersão tornou a experiência desse palco algo diferenciado e atraiu multidões durante todo o festival.
*Imagem: reprodução Instagram @sotrackboa | Palco OCA, 2024
Por fim, o terceiro e novo palco, o LuvLab, recebeu sonoridades diferentes nos dois dias, com um visual mais 'street'/'industrial' mesclando andaimes vazados e outros sólidos com painéis com desenhos em led super legais - deu vontade de ter um em casa! Um único ponto de atenção é que o palco OCA e o Luvlab, por serem os mais próximos um do outro, causavam um pouco de interferência quanto ao som, mas nada tão significativo o suficiente que atrapalhasse a experiência.
*Imagem: reprodução Instagram @sotrackboa | Palco LuvLab, 2024
Estrutura
A estrutura e decorações da maior edição de todos os tempos da Só Track Boa São Paulo estava incrível, o evento estava lindo! Toda a área dos dois estacionamentos abertos da Neo Química Arena foram planejadas e ocupadas de uma forma com que a distribuição ficasse bem interessante, com fluxo tranquilo entre palcos e espaços em geral.
Logo na entrada nos deparamos com a loja com vários produtos da Só Track Boa como camisetas, moletons, bonés, bandeiras, leques, pulseiras e muito mais, que tinham preços a partir de R$20. Nos demais espaços você encontrava área para fazer massagem, tatuagem gratuita, área de redução de danos, um estúdio da E-lab que era possível ser DJ por alguns minutos e participar de sorteio, e até uma kombi com DJs tocando o tempo todo! Todos esses espaços eram de acesso ao público geral!
*Imagem: arquivo pessoal | Produtos loja Só Track Boa, 2024
Sobre os bares, haviam vários espalhados pelo festival e em todos os palcos, não haviam filas; era rápido e prático pegar qualquer bebida e os preços estavam na média - água R$9, cerveja Beck's R$14, drinks R$36-R$62. Mas, no último dia (sábado), infelizmente fomos surpreendidos negativamente quando notamos que algumas bebidas (cervejas, energéticos) haviam acabado nos principais bares, sem contar os copos dos drinks também - com horas para acabar o festival ainda. Já a praça de alimentação foi um grande acerto, pois usou a estrutura da Arena e contava com opções diversas a partir de R$10 como: hambúrguer, batata frita, pizza, sanduiche, cachorro quente, pipoca, milkshake e muito mais.
Os banheiros também eram da própria arena - de alvenaria - sempre com pessoal limpando a todo momento e com papel higiênico, mas às vezes com bastante fila. Também havia alguns banheiros químicos femininos do lado direito do palco NSD, que estavam limpos e também com papel.
*Imagem: arquivo pessoal | Cardápio de drinks Só Track Boa São Paulo, 2024
Área Vip
Quem buscou por uma experiência diferenciada e conforto, a área Vip foi uma boa escolha. Para quem adquiriu esse ingresso, tinha acesso exclusivo em dois palcos, o NSD e OCA. Em ambos, haviam bares e banheiros exclusivos (os banheiros eram em formato de cabines, sempre muito limpos e sem filas). No NSD, era uma ampla área elevada na lateral do palco e onde ficava a maior área do Vip com duas opções de food truck, jogos, estúdio de tatuagem gratuito, ativação de maquiagem e cabelo, máquina para tirar fotos, lockers e espaços para descanso; já no OCA, o VIP ficava atrás do palco, mas apenas com bares, banheiros e áreas de descanso. A Área VIP de ambos os palcos proporcionou uma experiência de mais conforto, ideal para quem quer viver tudo que o festival oferece!
Experiência Stage Lounge
Uma das novidades desta edição foi o Stage Lounge, a opção mais exclusiva oferecida pelo festival. Tivemos a oportunidade de vivenciar essa experiência no primeiro dia e definitivamente o conforto e as comodidades eram acima da média! Começando por um transfer exclusivo que saía da Faria Lima, região de fácil acesso da capital paulista e que desembarcava praticamente dentro do evento (mais exatamente no portão E4, atrás do palco principal).
Além da entrada sem filas, você já entra pelo palco NSD e tem acesso ao backstage com muitas comodidades, como salão de beleza do Circus Hair pra dar aquele up no cabelo (penteado e corte sem custo), áreas de descanso, Open Bar com vários drinks deliciosos e Open Food, com um Buffet especial com comidinhas quentes e finger foods. O auge desse setor era o acesso ao palco, tanto no NSD quanto no OCA dava pra subir e curtir os sets do ladinho dos artistas e até em cima do palco tinha um bar pra não precisar ficar descendo toda hora pra pegar uma bebida.
Esse setor não chegou a ser tão divulgado, mas era possível comprar através de promoters oficiais e também foi acessado por convidados do festival e dos patrocinadores.
*Imagem: arquivo pessoal | Área exclusiva do Stage Lounge no palco NSD
Apresentações
A Só Track Boa incluiu um terceiro palco para essa edição, sendo a primeira edição com três palcos! O NSD (Never Stop Dancing) foi o "mainstage" do festival, o OCA tinha uma estrutura 360º e o LuvLab foi pensado para receber diferentes sonoridades da música eletrônica nos dois dias de festa. Ao comparar com as edições de anos anteriores, os palcos estavam diferentes, inovadores e impressionaram bastante o público por suas estruturas. É impossível falar sobre o festival e não citar alguns destaques de apresentações que assistimos!
Sexta
Palco Never Stop Dancing (NSD)
O Mainstage do festival tinha telões enormes e foi o maior palco do evento, além de ter recebido os principais artistas do line up. Na sexta, o b2b entre Eli Iwasa e Carola esquentou o NSD, surpreendendo positivamente por conta das sonoridades diferentes de cada projeto. Uma combinação que deu super certo!
- Ashibah b2b Bhaskar também deu o que falar. Foi um show com muitos vocais com a dinamarquesa cantando ao vivo, mas claro que também teve bastante houseira. Foi emocionante! Maz e Antdot também arrasaram no já tradicional b2b entre os brazucas, com muito afro house, brasilidades e vocais brasileiros, com abordagens não convencionais a gêneros como Progressive e Organic House também.
E, para finalizar os destaques do palco Never Stop Dancing do primeiro dia, Korolova se apresentou após um lindo show de fogos que aconteceu 00h! A DJ ucraniana fez questão de reforçar a sua sonoridade melódica, tanto que não é atoa que é conhecida por muitos como a rainha do melódico.
*Imagem: reprodução Instagram @mazmusic | Maz e Antdot no palco Never Stop Dancing (NSD).
Palco OCA
O OCA tinha uma estrutura 360º e um visual super diferente ao proporcionar uma experiência imersiva! Além disso, também foi palco para apresentações de grandes nomes do line up. Mochakk foi um dos artistas mais aguardados, o palco estava lotado quando estava tocando e ele impressionou o público com um set cheio de energia! Adam Beyer também deu o que falar: muitos gostaram, outros nem tanto... O artista trouxe sonoridades mais leves e não tão 'pesadas' como costuma tocar, o que deixou alguns entusiastas do techno um pouco decepcionados.
O b2b entre ANNA e Vintage Culture atraiu grande parte do público do festival no momento em que estavam no palco: estava tão cheio que foi difícil nos manter ali, mas o set foi incrível e sentimos que os dois estavam em bastante sintonia! Entregaram e surpreenderam o público, mais uma vez!
*Imagem: reprodução Instagram @sotrackboa | ANNA e Vintage Culture no palco OCA.
Palco LuvLab
O LuvLab foi o palco mais diferente do festival! Com a proposta de trazer experimentações e sonoridades diferentes que saem do convencional quando pensamos em música eletrônica, o palco trouxe vários artistas e sons bem distintos dos outros palcos. Raffa Boeno, nossa amiga que ganhou o concurso para tocar, abriu as portas com sons melódicos que foram ganhando energia ao longo do set. Mochakk e Mu540 representaram o melhor dos dois mundos em um b2b com muito house e funk! O set dividiu opiniões, mas achamos que conseguiram cumprir exatamente com a proposta do LuvLab e essa união foi de grande destaque no festival!
*Imagem: reprodução Instagram @mochakk | Mu540 e Mochakk no palco LuvLab.
Sábado
Palco Never Stop Dancing (NSD)
O NSD recebeu, mais uma vez, grandes artistas no sábado! Começamos a nossa jornada do segundo dia já no Mainstage, com Massano! O ingles, que hoje é um dos grandes nomes do Techno Melódico, fez jus a seu 'título' entregando um set bem enérgico e com todas as nuances do gênero. Logo em seguida, foi a vez do anfitrião Vintage Culture, que deu um show de visuais, lasers e fogos no palco principal do festival! O set foi muito focado em seu novo álbum, lançado em maio, "Promised Land" - Lukas tocou muitas versões inéditas de suas tracks novas e, claro, de seus principais hits também. Somos suspeitos para falar e os fãs de carteirinha ficaram encantados!
Ainda no palco Never Stop Dancing, presenciamos o duo inglês Camelphat, que vieram com uma apresentação clássica da dupla, sem fugir do que apresentam rotineiramente e sem grandes mudanças de som. Depois, Joris Voorn b2b Kölsch, um dos back to back mais aguardados do último dia, trouxeram uma sonzeira do começo ao fim mesclando os hits de cada um de uma forma única.
Quem finalizou o festival e fechou o NSD foi a ANNA, que somos suspeitos para falar, mas que energia incrível pudemos sentir em seu set! A brazuca começou o set dando aquela famosa 'amaciada' na galera e foi subindo a energia e intensidade com grandes clássicos e vocais nostálgicos, fazendo uma 'finaleira' digna de grandes festivais.
*Imagem: reprodução Instagram @vintageculture | Vintage Culture no palco NSD.
Palco OCA
Antes de vermos Massano no NSD, pudemos conferir um pouco da HoneyLuv no palco OCA, mandando aquele house que vem fazendo ela chamar atenção por onde passa. Mais tarde, voltamos para ver o Eli Brown, que amassou a pista do OCA e levou o peak time nas costas com um set que uniu o melhor do techno e do house!
*Imagem: reprodução Instagram @elibrownbeats | Eli Brown no palco OCA
Palco LuvLab
Logo nas primeiras horas do palco no úlitmo dia, o garoto Fatsync, um dos nomes que vem ganhando destaque no Tech House e até elogios de Vintage Culture, fez a galera dançar e gastar a sola. Logo em seguida, tivemos a estreia do projeto Sapiens. que é formado pelo Lugi e Pedrão - mais conhecidos como Cat Dealers - que trouxeram uma estética sonora diferente e mais pegada, fugindo do que estamos acostumados a escutar no projeto principal dos irmãos.
Já nossa última ida ao LuvLab foi para prestigiar duas artistas talentosíssimas, Curol b2b Barja! Sério, a energia das duas no palco foi algo que era impossível não se contagiar e dançar muito.
*Imagem: reprodução Instagram @curol | Curol b2b Barja no palco LuvLab
Leia também: Só Track Boa São Paulo | Guia: tudo que você precisa saber
Laura Paro
Graduanda em Jornalismo (PUC-SP). Onde encontrar: nas pistas onde o techno prevalece