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Universo Paralello - Dicas e Experiência no festival

Jode Seraphim
We Go Out

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  1. Quer ficar por dentro das melhores dicas para curtir o Universo Paralello? Confira esse post aqui! Para saber informações atualizadas da próxima edição, leia também esse Guia com tudo sobre o Universo Paralello!

  2. A decisão

  3. O Universo Paralello, para quem não conhece, é um dos mais tradicionais festivais de música do Brasil. Criado em 2001, surgiu como uma festa entre o fundador Juarez Petrilho e amigos, e foi um dos grandes eventos responsáveis por difundir a cultura Trance no Brasil.

  4. Eu passei trinta e tantos anos escutando histórias e sem entender qual era a desse festival. Todos os amigos que iam voltavam falando de transformação, e meu questionamento sempre foi: “como as pessoas podem não explicar direito e falar tanto depois de passar 8 dias lá, no calor e na areia?”. Sempre tive curiosidade, mas nunca tive realmente vontade. Não é a vertente da música eletrônica que eu mais me identifico, já passei da idade de passar tanto perrengue… achei que meu “tempo” de curtir o festival já tinha passado.

  5. Lá em outubro de 2024 eu passei um final de semana viajando, sem internet, totalmente desconectada do mundo. Quando eu voltei para São Paulo a surpresa: a Bru, minha sócia, não só tinha tido a ideia, como desenrolado tudo que tínhamos que fazer e praticamente fechado a viagem para o final do ano, com destino ao Universo Paralello. Inicialmente eu não acreditei, e a pergunta que pairava na cabeça foi: depois de tantos anos, estava eu disposta a passar esse perrengue? Não o suficiente, não consegui convencê-la de não acamparmos ou de ficarmos menos dias. Se é para viver a experiência, vamos de cabeça. Então tá, vamos acampar e durante todos os 8 dias de festival, pelo menos pudemos escolher a comodidade do camping oficial que fica dentro do UP, o Vila Mundo.


  1. Preparação

  2. Foram três meses de preparação: psicológica, abrindo a mente para o que estava por vir; e de viagem, já que precisávamos de todas as dicas possíveis para acampar por lá. Nossa sorte foi um grupo de amigos que sempre vai, e qualquer pergunta feita no Whatsapp era respondida prontamente. Quanto mais perto ficava, mais o nervosismo batia. "Como eu vou conseguir acampar por tantos dias no calor da Bahia? Não sei".

  3. Também me peguei escutando alguns DJs e tentando entender mais sobre as raves e a comunidade do Psytrance. Tudo era bem diferente das festas que costumamos frequentar, e isso deixava toda a ansiedade ainda maior!


  4. Ida São Paulo -> Pratigi

  5. Fomos no dia 26 de Dezembro de São Paulo para Salvador. Pesquisamos muito os transfers, e entre os oficiais, o que mais nos chamou atenção foi o da Brasil Oriente, pelos muitos horários disponíveis e feedbacks positivos de quem já tinha utilizado. 

  6. Entramos no ônibus às cinco da manhã - tudo foi bem organizado e o ônibus bem confortável - com destino a Pratigi, e lá pelas 11h, seis horas de trajeto depois, chegamos na famosa rotatória. É lá que tudo começa, lá onde todo mundo chega e ou vai para as casas alugadas ou para o festival. 


  1. Vila Mundo

  2. Minha primeira impressão do Vila Mundo foi: “nossa, que organizado!”. Conversamos na recepção para fazer o check-in, tudo muito organizado. Uma das meninas foi nos levar até nossa barraca, enquanto passava as informações e comentava “a minha maior dica para vocês é: não esqueçam de comer e tomem muita água”. Ok, anotado!

  3. Nossa escolha de barraca foi a Cabana para duas pessoas, que além de ter uma “varandinha”, também tinha um tamanho maior e ao invés de colchão de ar tinha duas caminhas, com colchonete, lençol e travesseiro. Cinco minutos foram suficientes para ficar ali e entender que o calor não era brincadeira. Já fomos estrear as duchas, que sim, como tínhamos nos preparado para, tinham a água com uma cor alaranjada e um cheiro peculiar - parecido com água de mangue. O espaço das duchas tinha cada um sua cabine privativa com porta, um gancho para apoiar toalha/roupas e o chuveiro. Durante toda nossa experiência lá, não tive nenhum problema com o banho. Posso dizer a mesma coisa do banheiro - já sabíamos que era banheiro seco, com sistema de compostagem (o que ajudava a não deixar cheiro) - ou seja, não tinha descarga, e sempre tinha papel e funcionários limpando.


  1. Aqui vale uma pausa para dicas do que levar para acampar. Como no Vila Mundo tem tudo pronto para o acampamento, nós não nos preocupamos com nada de equipamentos. Segue nossa listinha do que ir na mala:

  2. Mala:
  3. - Biquini / sunga / roupa de banho
  4. - Canga / saída de praia / cadeira / sofá
  5. - Chapeu / boné
  6. - Toalha autosecante
  7. - 2 chinelos
  8. - Protetor solar, pós sol, hidratante, shampoo, sabonete, creme de cabelo, protetor labial
  9. - Farmacinha
  10. - Dinheiro para compras nas lojinhas (embora aceite cartão em quase todos lugares)
  11. - Pochete

  12. Itens adicionais:
  13. -Ventilador portátil (que pode ser desde os que cabem na mão até um pouquinho maior). Como faz muito calor, é imprescindível levar um! / Leque
  14. - Lenço Umedecido (importante para higienizar o banheiro)
  15. - Copo térmico e tirante 
  16. - Powerbank
  17. - Lanterna para andar a noite
  18. - Protetor auricular e tapa olho
  19. - Capa de chuva (nós não pegamos nada de chuva, mas em outras edições teve chuva e nós não sabíamos o que esperar)

  20. Festival

  21. Depois de tudo organizado, fomos conhecer o festival. Do Vila Mundo até o primeiro palco eram 15 minutos andando, pela estradinha ou pela praia, e tinha a opção de fazer o trajeto em jardineiras do próprio festival (que eram incríveis nos momentos de mais sol ou no cansaço da volta).

  22. A primeira sensação no festival é daquele sentimento de não entender onde você está, como se localizar no mapa, e o frio na barriga de conhecer tudo pela primeira vez. Além de toda a estrutura, o fato de acontecer na beira do mar faz com que o visual seja ainda mais incrível!

  23. O Universo Paralello, nessa edição, tinha sete palcos: Circulou, Main Floor, Utopia, Chill Out / Palco Paralello, Pista Pirata, 303 e o Artboat, disposto nesta ordem na orla da praia. Para dentro ficava o camping normal e também outras áreas comuns, como a praça de alimentação, cozinha comunitária, espaço de cura com várias tendas onde rolavam workshops, massagens terapêuticas e mais!

  24. Os palcos nem sempre funcionavam o tempo todo, apenas o Main Floor (que teve uma pequena pausa nas horas que antecedem o Réveillon). Falando em Main Floor, nos dois primeiros dias, diferentemente dos outros anos, o palco deu espaço a novos estilos fora o Trance. A primeira noite contou com sets de Vintage Culture e o B2B Vintage Culture e ANNA, além de outros grandes nomes no segundo dia como Meca, Bhaskar e Giorgia Angiuli. No dia 29 a sonoridade se voltou ao Trance e ao longo dos outros dias contou com sets incríveis de Phaxe, Neelix, Astrix e muitos outros DJs.


  25. Experiência

  26. Eu confesso que tudo foi muito melhor do que eu tinha imaginado. Desde o momento em que chegamos, a energia que vibra na praia parece, e é, diferente da que você vive no dia-a-dia. Entrar no mar a qualquer horário, ver famílias e todo tipo de público: crianças de colo, crianças mais velhas pulando na pista, pais, mães. Enquanto alguns estão curtindo uma praia, outros estão dançando na pista. Enquanto alguns estão comendo um açaí, outros estão bebendo uma cerveja. São muitas pessoas vivendo ali, de maneira diferente, cada uma no seu próprio estilo, e todo mundo coexistindo em perfeita sintonia.

  27. Eu tinha a expectativa de vivenciar muito perrengue, desde acampar na areia, ao calor e aos dias que são infinitos, já que tem programação 100% do tempo. Se você se permitir apreciar os momentos e as diferenças, vai se surpreender com o que vai viver lá. 

  28. O Universo Paralello passa um ar de liberdade. De você fazer o que quiser, e ser como você quiser, claro que respeitando o ambiente e quem está do seu lado. Acho que foi um dos únicos lugares da minha vida em que eu não me senti julgada. Não importa se você está de biquíni, se está com roupas, se tem ou não o corpo perfeito. A preocupação das pessoas está em se sentir bem - e acredite, o calor não deixa você se preocupar tanto com a aparência nem que você queira.


  1. Voltando para nosso começo no festival. Uma dica que escutamos muito antes da viagem foi sobre não virar a noite logo nos primeiros dias, para não estragar a experiência. Só que a primeira noite tinha a dobradinha Vintage Culture e Vintage B2B ANNA. Eu tinha acabado de chegar, estava no auge da descoberta e não tinha dica que me fizesse ir embora mais cedo. Fomos dormir depois das 8 da manhã e descobrimos que realmente, dormir na barraca era missão impossível. A parte boa é que o festival tem muitos espaços com sombra para você dar um cochilo, e isso fica ainda melhor no Vila Mundo, na parte do lounge cheio de redes e com vento. A nossa tarde foi de descanso nas redes e foi nossa melhor opção.

  2. Aos longos dos dias você vai entendendo como isso funciona e o que seu corpo pede. Tem dia que não dá vontade de sair tão cedo pois o sol está escaldante. Tem noite que está mais interessante. Fomos vivendo e nos adaptando, apenas lembrando do mantra "não pode deixar de tomar água e de se alimentar bem". 

  3. Uma das minhas surpresas no festival foi viver alguns sets de Psytrance e poder ver a energia que a pista carregava. Não importava a hora, o dia, o DJ. Passar pelo Main Floor sempre era bonito de ver, com a galera literalmente pulando e aproveitando cada minuto. Parecia que tinham ligado o Main Floor na tomada, e para desligar, só quando acabasse o festival.

  4. Vivi momentos mágicos com pessoas incríveis durante todo o festival, experiências diferentes, desde workshops, tardes de atividades no Circulou até conhecer mais sobre a cultura indígena. Vi o nascer do sol alguns dias, apreciando a paisagem maravilhosa da praia de Pratigi. Dancei músicas que não conhecia, conheci novas pessoas, e entendi exatamente quando as pessoas falavam “não vá embora dia 1º de Janeiro, você vai querer viver mais o UP". Fomos embora no dia 03 com a sensação de que o ano começava mais leve, e que a experiência tinha vindo para mudar nosso jeito de encarar a vida.


  1. Universo PARALELLO

  2. Minha dica para quem vai pela primeira vez é: SE PERMITA. Vá de cabeça aberta, encare o festival como uma experiência. Explore cada canto, participe das atividades e dos workshops. Coma, tome água, durma. Respeite seu corpo, e mais importe, se conecte com ele. Tudo que eu to falando aqui não é sobre qualquer efeito transformador vindo de substâncias lícitas ou ilícitas, mas sim de você consigo mesmo. 

  3. Foram oito dias que passaram voando, e ao mesmo tempo, foram muito bem aproveitados. Foram muitos momentos incríveis, na pista, nas atividades, nas trocas. Foram dias o suficiente para entender que a mágica do Universo Paralello está exatamente em não conseguir explicar o que se passa lá, e que cada experiência é única e totalmente diferente. 

Jode Seraphim

Jode Seraphim

Graduação em Marketing (USP); 1 ano de experiência em Marketing Digital na DHL (Alemanha); 12 anos de experiência nas áreas de marketing, mkt digital e trade. Onde encontrar: comemorando os fogos no mainstage

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