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Ano Novo em Nova York curtindo a cena underground

Redação We Go Out
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Aos amantes de festas underground em locais secretos e abandonados, corajosos que não deixam a festa antes do Sol nascer (e se pôr novamente), sem camarotização e que querem viver uma experiência genuinamente nova iorquina (no coração do Brooklyn), creio que meu relato de Ano Novo em Nova York vá interessar.

Resolvi arriscar-me novamente no frio nova iorquino (que deu uma trégua até razoável enquanto eu estive por lá) para me aventurar em alguma das diversas festas fechadas que rolam na ocasião. Nova York é a rainha do paradoxo das opções – é muito difícil não ficar em dúvida ao menos entre duas festas igualmente imperdíveis.

Entre os clubs, todos no Brooklyn, tive que decidir entre o Output (com Victor Calderone, Gorgon City, Frank & Tony, Simian Mobile Disco e Jackmaster), a Verboten (com Hot Since 82, Apollonia, Damian Lazarus, Serve Devant e Sander Kleineberg), e a ReSolute (com os principais artistas da conceituada label romena [a:rpia:r]). Acabei escolhendo esta última pela oportunidade de ouvir um som que raramente se vê em terras brazucas e por recomendações de amigos.

A festa, realizada pelo coletivo (e gravadora) ReSolute, já eleita pelo Time Out como umas das 20 melhores festas em NYC, trouxe um line-up de respeito para os adeptos do minimal techno de Bucareste, com os headliners Vlada, Praslea, Rhadoo, Raresh, Petre Inspirescu e Praslesh (duo formado por Praslea e Raresh). Prometendo 26 horas de festa, com direito a saídas e reentradas, o local permaneceu em segredo até o fim da tarde do dia 31.

Os ingressos começaram a ser vendidos a $50 através do site Resident Advisor, chegando a $100 na porta. Alías, todos os ingressos foram comprados através desse site, de forma super simples, sem precisar imprimir nada. Cheguei justamente no dia 31 a NYC. Logo que pude, comecei a pesquisar o local da festa e nada. Era 16h e mandamos uma mensagem ao e-mail que constava na página do evento e recebemos a resposta de que o local seria divulgado a partir das 17h, igualmente por e-mail. Lá pelas cinco e pouco, realmente, fomos informados acerca do endereço.

Após a meia noite, pegamos o metrô (que, aliás, é um grande amigo dos baladeiros de plantão já que funciona 24 horas) e enfrentamos ali o friozinho (eufemismos à parte) de -2º. No local indicado, demos de cara realmente com um galpão desocupado, sem grande movimentação. Ao entrarmos, a surpresa não poderia ter sido maior: o local era enorme, sem camarotes ou áreas VIP, não estava lotado (aliás, o público era bem interessante) e as paredes exibiam projeções de vídeo em 3D com uma qualidade que jamais havia visto antes. Uma experiência visual única comandada pelo VJ Dreamrec, que acompanha os membros da [a:rpi:ar] nas gigs ao redor do mundo. Com a pulseira, você podia ir para casa e voltar quantas vezes quisesse (até porque, inicialmente, a festa anunciava uma jornada de 50 horas de música, posteriormente reduzida para 26).  

Havia um motorhome com iluminação vermelha logo na entrada que serviu de camarim para os artistas, um bar na frente bem simples com algumas mesas e algumas opções de bebidas (não havia cardápio), vários banheiros e um espaço bem grande com sofás e puffs. E, claro, lá na frente, os residentes da festa e a galera do [a:rpi:ar], cada um dando as caras de vez em quando. A festa começou com os residentes da ReSolute, Maksim e O.BEE que abriram a noite com um super set em vinil, seguida de Vlada. Após, foi a vez de Praslea assumir os decks. Cabe salientar a qualidade absurda do soundsystem, da marca Pure Groove. Graves fortes e som limpo marcaram a festa que tinha apenas um objetivo: proporcionar uma experiência sonora e visual incomparável. Durante a tarde foi a vez de Raresh se juntar ao Praslea para formar o super duo Praslesh, seguido de Petre Inspirescu aka Pedro e ao anoitecer fomos presenteados com um set bem cabeçudo e complexo do Rhadoo, tido como o mais talentoso da trupe romena (informação passada por um romeno que conhecemos na festa que acompanha eles em Bucareste há anos). Para fechar essa maratona, Raresh se juntou a Rhadoo para um b2b, finalizando a noite.

Fomos para casa de manhã após o Praslea e voltamos de tarde. Uma dica que eu adoraria ter recebido é que o melhor da festa acabou acontecendo no fim da manhã e durante toda a tarde. Logo, vale a pena descansar antes e chegar para tentar aproveitar com força total a festa da manhã até a noite. . Continuando esse fim de semana, sábado decidimos ir ao Output, aproveitar uma noite com a dupla do Simian Mobile Disco (que não via desde 2007, quando eles se apresentaram no palco do Skol Beats em São Paulo) e com o atual número 5 da lista de melhores djs de 2015 divulgada pelo Resident Advisor, o Jackmaster (o qual tive o imenso prazer de ver como atração surpresa na D-Edge em outubro no impecável b2b com Seth Troxler). O club é incrível, soundsytem todo em Funktion-One, para os verdadeiros fãs da música eletrônica e não dos flashs e camarotes. A entrada começou a ser vendida a 20 dólares. O único defeito é que as festas por lá acabam mais cedo do que estamos acostumados por aqui, em torno das 5h da manhã. 

Para fechar com chave de ouro e com uma outra linha de som, fomos ao Good Room, também no Brooklyn, ouvir o Techno pesado e bem construído do Function, dj nova iorquino residente do famigerado club Berghain e com lançamentos pela label do mesmo club, Ostgut Ton, em Berlim. Preço super democrático ($15), o club conta com duas pistas sendo a Good Room a principal e a Bad Room a secundária e um público empolgado e interessante. Super recomendo! Um fato interessante foi que ao chegar ao club, nos deparamos com uma fila imensa. Pensamos que teríamos que encarar a fila por muito tempo, mas descobrimos que tínhamos prioridade na entrada por ter comprado o ingresso antecipadamente. Dessa forma, furamos toda a fila e entramos primeiro, fato que dificilmente acontece em clubs brasileiros onde mesmo comprando o ingresso, a prioridade de entrada é sempre do público “VIP”, que não existe nos clubs do Brooklyn.

Enfim, aos de ouvido refinado, que adoram ter uma gama de opções, que querem fugir do calor e das grandes aglomerações (fuja da Times Square), Nova York é uma ótima pedida. As semanas antes, durante e depois da virada estavam cheias de atrações incríveis para todos os gostos!
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Texto por: Carla Daniela

Ano Novo em Nova York
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