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Entrevista: D-Nox nos contou o que pensa sobre festivais de música eletrônica!

Bruna Antero
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Quem acompanha festas de techno e progressive house pelo Brasil certamente já cruzou com D-Nox comandando as pistas. Há mais de 10 anos que o DJ alemão conquistou o público brasileiro e é figura garantida na temporadas de eventos eletrônicos pelo país, tanto tocando sozinho ou ao lado do DJ Beckers. Já passou por quase todos os grandes clubes e festivais por aqui e tem experiência suficiente para entender como funciona nosso cenário eletrônico.

Por isso, o convidamos para uma entrevista sobre o que ele pensa sobre os festivais de música pelo Brasil e pelo mundo, para entendermos sua visão do que podemos melhorar e quais são os festivais mais desenvolvidos pelo planeta.

Confira então nossa entrevista com D-Nox:

Quais foram os 5 melhores festivais em que você já tocou? 1. Rainbow Serpent Festival (Victoria Australia) – Para mim o Rainbow Serpent é o melhor festival do mundo porque é único! Eles têm o melhor público, a melhor energia e é zero comercial. É um festival bem independente, nem patrocínio eles têm. Você vê que as pessoas estão lá pra curtir o evento, se conectar com a música, ficar numa boa. Nunca vi uma briga lá. É simplesmente incrível!

2. Ozora Festival (Hungria) – Eu sei que é um festival de psytrance e particularmente eu não gosto muito do estilo, mas o lugar onde o festival rola e a energia é muito bacana. O dono da propriedade transformou o local em uma cidade de fantasias, então é tudo muito mágico. Tenho grandes lembranças das minhas passagens por lá.





3. Fusion Festival (Germany) – Eu não teria como não incluir esse festival na minha lista, pois ele é um clássico. É um dos maiores festivais do mundo e também não há nada de comercial nele.





4. Terra (Israel) – Na verdade não é exatamente um festival, mas é um mini open air que rola no meio do deserto de Israel. O lugar já diz tudo né? Israel é um lugar cheio de misticismo por si só, então imagina com uma festa eletrônica acontecendo por lá?! Não é um evento muito grande, é feito mais para amigos e pessoas mais chegadas, mas o ambiente é sensacional!

5. Rabbit Eat Lettuce (Byron Bay Australia) – Eu acho esse festival muito especial. Os australianos são conhecidos por serem bem malucos e por terem uma natureza bastante diversa e exótica, mas no Rabbit tudo parece estar em outro nível! Lá o público é muito intenso mesmo, fazem grandes loucuras e a festa toda acontece no meio do mato.





Como foi a sua primeira experiência tocando em festival? Onde foi? É um pouco difícil me lembrar depois tantos anos como DJ, mas eu lembro que o festival que mudou tudo pra mim e para minha carreira foi o festival Voou Experience 2003 na Alemanha.

Qual foi o festival mais marcante que tocou na sua carreira? Exatamente esse mesmo festival, o Voou experience, porque lá eu consegui conquistar o festival inteiro com meu som. Eu fechei a pista alternativa naquela ocasião, porque no palco principal eles dão foco ao psytrance, mas lembro que foi num domingo, estava muito quente e o festival todo foi pra minha pista me ver tocar e daí eu não sei o que aconteceu exatamente mas foi mágico. A galera se conectou comigo e com meu som instantaneamente. Foi uma experiência única! Depois disso o meu telefone não parou mais, com gente do mundo todo me chamando pra tocar. Muito marcante.

Hoje qual o festival pelo mundo que você mais admira? O que ele tem de diferente dos outros? Hoje eu admiro os festivais que não são comerciais, que conseguem fazer tudo acontecer sem patrocínios. Nada com marcas ou nomes das empresas. Um deles é o Rainbow Serpent. Que pra mim é o melhor festival do mundo. Ele acontece na Austrália uma vez por ano. Eu toquei lá mais de 6 vezes nos últimos 15 anos. A vibe é única: as pessoas se fantasiam e levam coisas da casa, como bebidas. artes, tudo o que quiserem levar pra se sentir livre e diferente. O Rainbow Serpent é um festival onde tudo é possível.





Você já tocou em praticamente todos os grandes festivais brasileiros. Você acredita que o Brasil consegue produzir festivais tão bons como os de fora? Quais você destacaria positivamente? Infelizmente os festivais no Brasil estão longe dos festivais como Rainbow Serpent, Burning Man ou outros nesse linha. Falta criatividade e liberdade. Dá para dizer que o Universo Paralello segue um pouco essa linha, mas mesmo lá não se encontra essa liberdade como em outros. Não sei como explicar na realidade como é essa diferença e não quero falar mal das festas brasileiras porque eu amo elas e me sinto muito bem quando toco aqui. Mas eu acho que é uma questão cultural também: longe dos medos, onde não tem crime, não tem violência.

Você diferencia seu set para um club ou festival? Como faz isso? Sim, eu costumo fazer sets bem diferentes quando vou para um club ou quando vou para um festival. Eu costumo fazer isso um pouco antes de entrar na cabine para tocar. Cada lugar onde toco é diferente então tudo depende do momento, do clima da pista. Nunca toco o mesmo set em lugares diferentes. Cada set é único. Eu não gosto de fazer o que muitos fazem hoje com relação aos sets que eles apresentam. Eu sou um DJ de verdade, eu leio a pista e me conecto com o público. Tento educar tocando clássicos e trazer novidades com músicas novas. Faço um mix de tudo mas nunca faço o mesmo set.




Acompanhe o perfil do D-Nox no facebook para saber suas próximas gigs.

Confira nossa entrevista com boris brejcha

Bruna Antero

Bruna Antero

Pós-Graduação em Engenharia de Marketing (USP); Graduação em Administração (UFPR PR); 13 anos de experiência nas áreas de marketing, trade e vendas. Onde encontrar: em algum palco underground explorando novos artistas e em alguns afters

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