Música

Entrevista | Previsão do tempo pro fim de ano: Pistas Explosivas com Hydro-House de Jackson

Bruna Antero
We Go Out

Descrição da Imagem
Música

O DJ e produtor musical brasileiro JACKSON lançou o EP denominado "Hydro-House”: mais um fruto de seu lado visceral criativo, que promete não apenas ser expressado nas três faixas já disponíveis, mas sim em um movimento musical que ambiciona promover explosões máximas nas pistas de dança - que, como ele mesmo batizou, chegam a virar “aulões de hidroginástica”.

...se tem uma forma pra definir, é a energia da pista mesmo, é quando a galera dança e se movimenta sem parar, coletivamente, de forma muito enérgica"...

Reconhecido por suas apresentações em grandes eventos como Tomorrowland, Burning Man e Hï Ibiza, JACKSON também se destaca no meio como referência de vanguarda, pela visão que tem sobre o consumo e comportamento humano frente ao entretenimento.

Nunca satisfeito em apenas apresentar suas criações ao mundo pelas plataformas digitais, o artista volta a inovar na maneira de explorar o lançamento de suas músicas. Desta vez, o artista convidou amigos e players da cena da música eletrônica (incluindo a presença ilustre de Vintage Culture) para um Listening Session mais do que inusitado em um aulão de hidroginástica, que, segundo ele, foi a forma mais eficaz de demonstrar o conceito de "Hydro-House" na prática (literalmente).

Créditos: Thawan

Depois de uma hora de uma aula cheia de energia, movimentos aeróbicos e um set que não se limitou apenas aos lançamentos, aproveitamos para bater um papo com JACKSON, que nos contou um pouco mais sobre as inspirações e curiosidades sobre o que ele está chamando de "Hydro-House". Que tal dar um Play no EP enquanto confere a entrevista:

Oi Jackson, hoje você surpreendeu e resolveu criar uma Listening Session do seu novo EP Hydro-House em um aulão de hidroginástica. Me fala um pouquinho de como surgiu a ideia do Hydro House e também o que achou do aulão?

A ideia do Hydro-House surgiu depois de um show em BH que eu toquei depois da Curol, que fez um setzão irado e eu pensei: "pra onde eu vou depois disso?". Aí fui levantando, levantando, os mineiros foram vindo, a galera foi animando e quando vi, eu tava todo suado. No dia seguinte eu falei no meu grupo: "fizemos um aulão de hidroginástica!" Então quando a galera pergunta: "o que é o Hydro House?", eu acho que: se tem uma forma pra definir, é a energia da pista mesmo, é quando a galera dança e se movimenta sem parar, coletivamente, de forma muito enérgica.

Então a pegada do EP Hydro-House tem essa lógica de remeter a toda essa estética dos aulões de hidroginástica que é legal pra caramba, estar na piscina, e que também reflete muito a minha energia no meu dia a dia. 

E como foi o processo de criação das músicas do EP?

Cada uma das músicas tem uma referência muito diferente, mas todas têm essa energia. Eu tava conversando com meu pai, que sempre foi minha referência, meu parceiro de ideias musicais, e ele tava falando que quando ele produzia um loop, um sample no fim dos anos 80, durava seis anos legais, era um negócio muito mais raro. Eu acho que hoje em dia com a produção musical em abundância - o que é super positivo - a gente pode ir pra tudo quanto é lugar, então eu tava conversando com ele sobre as ideias das músicas do "Hydro-House", eu trago muita referência fun e em zeitgeist pra dentro da música e ele disse que entendeu que é como pegar um contexto inteiro de um ecossistema criativo meu e como se tivesse transformando isso em loop, então é uma impressão da minha mente numa concepção criativa e aí vão as mais diversas piras!

A primeira faixa “Abrindo e Fechando as Pernas” eu peguei um vocal de uma aula de hidroginástica mesmo, ficou super divertido; 

A “A Los Locos”, eu tava no México em 2021 e queria fazer uma produção com Mariachis, mas não consegui achar, aí tava sentado no restaurante, olho do outro lado da rua, tinha um cubano cantando que eu adorei e peguei o contato, que foi com quem gravei o sample. Depois sentei com o Natanzinho (Natan Oliveira), que é o trompetista que eu já fiz um trabalho muito legal com ele anteriormente, e a gente tava no estúdio querendo criar novas roupagens com a música Latina, aí obviamente meu braço direito Gabriel Brasil fechou com a gente a produção e saiu a “A Los Locos”.

Já a “Cavalgada”, eu tava com o Cavallaria que é um fashion filmaker super amigo meu e a gente tava também lá no estúdio do Gabrielzinho e falei: "Cavallaria, vou fazer um negócio em homenagem a você". Aí entramos no YouTube, procuramos por som de cavalo/cavalaria, mas eu tive que contrabalancear com um break que é um solo de baseline pra não ficar algo só fun, cômico.

E a gente vai lançar dia 18 de Janeiro a “Blood Mary After Gym”, que peguei a história da criação do Blood Mary, que é um drink que eu adoro, e na verdade o drink foi criado porque o marido não queria que a esposa sentisse o cheiro de álcool em casa, então ele foi lá e misturou tomate, pimenta, picles, azeitona, pra ir tirando o cheiro do álcool da boca. Aí coloquei um groovão bem chique, e quis fazer uma história meio como se fosse um barman preparando e contando a história num lobby de hotel.

E como você pretende seguir com o “Hydro-House” daqui pra frente?

A boa notícia é que a gente vai lançar 20 faixas de “Hydro-House” ano que vem, então é um projeto e vai entrar todo mundo, eu vou lançando alguns EPs, alguns singles, e em Maio a gente vai lançar um V.A. com outros artistas também que já estão mandando coisas bem interessantes. 

Créditos: Thawan

Lembrando que neste ano você lançou o álbum “Chapter 19” com uma pegada bem diferente e teve diversas gigs pelo Brasil e fora. Como você trabalha esse lado criativo com a rotina de shows?

Com a quantidade de shows que eu vinha tocando, eu tava querendo imprimir um pouco mais a minha identidade no som, acho que é importante ter esse equilíbrio de manifestar um lado bem visceral criativo meu que é abstrato que nem foi o álbum, e acho que esse EP fala muito com a minha energia, eu sou um cara muito uplifting na minha vida, então acho que é um pouco esse direcionamento de canalizar e começar a construir música pras pistas.

Acho que o DJ é muito sobre isso sobre a versatilidade de tocar em diferentes pistas, mas também como concepção artística e como trajetória artística eu acho importante começar a imprimir alguns tipos de linguagem pra daqui a 30 anos a gente lembrar que era o momento do “Hydro-House”, e aí daqui a pouco vai vir um novo movimento, então eu acho que é muito sobre trabalhar o imaginário da arte e fazer com que as pessoas se aproximem a um universo criativo que seja mais amplo.

E como você imagina levar o “Hydro-House” em seus sets para as festas?

A partir de agora podem esperar bastante Hydro-House nos meus shows. A ideia é sempre elevar a energia da pista ao máximo. Claro, cada show é um show e vou sempre me adaptar pro que for necessário, esse é o papel do DJ. Mas a motivação é direcionar sempre pro uplifiting. Nos meus shows da tour de réveillon podem esperar muito dessa energia! Universo Paralello, Sundance, Virada Mágica, Carneiros… Hydro-House is coming!

*Créditos capa: Thawan

Leia também: MZKZM: nova empresa brasileira de Gestão de Carreiras Artísticas e Projetos

Bruna Antero

Bruna Antero

Pós-Graduação em Engenharia de Marketing (USP); Graduação em Administração (UFPR PR); 13 anos de experiência nas áreas de marketing, trade e vendas. Onde encontrar: em algum palco underground explorando novos artistas e em alguns afters

CONFIRA MAIS

Ler mais

NOTÍCIAS RELACIONADAS