Se você é do tipo que gosta de conhecer novos talentos da música eletrônica e aprecia um set bem contruído e com excelentes referências, vale a pena ficar ligado no Këra, projeto de Francisco Mendonça, de 25 anos, que chega ao cenário nacional com uma proposta ímpar.
Inspirado em artistas de Tech House como Dennis Cruz, NightFunk, Eddy M, Michael Bibi e Eli Brown, Këra busca construir as músicas com muita intensidade, graves ressaltados e drops pesados. Além de estar se preparando cada vez mais para dominar as pistas de dança pelo país, ele vem se arriscando em produções que tem chamado a atenção de gravadoras internacionais. Confira nosso bate-papo com o artista:
Sabemos que você acabou de lançar seu projeto, em meio a pandemia. Como foi esse processo para você?
Ao mesmo tempo que algumas coisas estão mais complicadas, sinto que tenho o espaço para lançar esse projeto da melhor forma. Claro que não é o ideal, mas dentro do possível, vejo esse início com bons olhos. Estou me empenhando para ter tudo alinhado com o projeto e minhas produções para quando as festas estiverem liberadas, eu poder chegar com tudo!
Seu som é bem único, trazendo sonoridades do Tech House gringo para a cena brasileira. De onde vem essa inspiração na hora de montar seus sets?
Venho acompanhando e apreciando o Tech House há um tempo e me inspiro em Djs que frequentemente revolucionam a cena. Produtores como Pawsa, Michael Bibi e Dennis Cruz me mostraram que consigo usar meu background e outros gostos musicais para produzir tracks que me representam e ao mesmo tempo, agradam diferentes públicos da música eletrônica.
Meus sets são sempre uma mistura do que estou ouvindo mais no momento, com a energia que quero transmitir à quem me escuta. Acho que meu principal objetivo é sempre surpreender e mostrar que a música eletrônica pode ser muito mais do que as pessoas imaginam.
O último set postado por você, gravado na famosa Mansão Manchete em São Paulo é uma bomba! Como surgiu a oportunidade de gravar lá e qual mensagem você quis passar com ele?
Muito obrigado! Hahaha fico feliz que curtiram. A oportunidade de gravar meu set lá surgiu com a ajuda do meu manager e alguns outros projetos de amigos, que me ajudaram a tornar isso possível. Foi uma tarde incrível e eu não poderia pedir um lugar diferente para começar.
Quanto ao set, eu queria transmitir um pouco da minha vibe, da minha energia e do som que eu amo. Sou completamente apaixonado por Tech House e suas vertentes, prezando sempre por sonoridades que diferem do normal e claro, sempre com o máximo de groove possível. Nesse primeiro set eu tentei passar por vários estilos do TH, contando uma “história” progressiva e animada.
Se você pudesse escolher um lugar que sonha tocar, onde seria e por quê?
Acho que ao invés de lugar, eu diria que sonho em tocar em uma Cercle. Além de ser em lugares maravilhosos e inusitados, a Cercle é muito reconhecida e exclusiva. Sendo assim, todos que estão ali são amantes da música eletrônica e fazem questão de prestigiar o DJ que está se apresentando.
5- O “feeling de pista” é um dom que poucos DJs têm. Como você encara esse desafio?
Cara, eu acho que sentir a pista é até mais importante do que a própria mixagem em alguns momentos. Sempre me senti muito à vontade com o público e faço o possível para adequar o que eu gosto com o que a pista quer ouvir. Gosto muito de surpreender com novas sonoridades, mostrando mais da minha personalidade, mas eu acho importantíssimo me atentar à isso para, caso necessário, me ajustar ali no momento.
6- Sabemos que você está com algumas produções próprias para sair, inclusive uma collab com Pleight pela inglesa Blacktone em dezembro. Como surgiu essa oportunidade? Qual é a importância disso para você?
Eu venho aproveitando esse período de pandemia para melhorar e aperfeiçoar minha técnica de produção, para cada vez mais mostrar a minha identidade nas minhas tracks. Eu já conhecia o Pleight e curto bastante o som dele, achei que seria legal tentarmos algo e no fim, estava super certo! Criamos uma track que mistura muito do TH dele com o groove que eu quero trazer às minhas produções.
O processo de produção dessa collab acabou me ensinando muito e ter uma track sendo lançada por uma label internacional é um grande passo para mim. O Tech House, como eu o vejo, ainda não se inseriu por completo no Brasil e ter labels gringas se interessando pelo meu som me deixa bem animado para o futuro.
Acompanhamos os seus minimixes em seu soundcloud e youtube e percebemos que cada um tem uma identidade e sonoridade própria. Como você escolhe isso?
Meu som é um pouco diferente do que se ouve aqui no país, mesmo assim, eu tento transmitir meu amor pela música e minha vibe através dos meus mixes e sets. Sou muito influenciado pelo House clássico e pela agressividade do Minimal, então acabo variando um pouco os meus sets dentro desse enorme range sonoro. Um mix acaba se distanciando do outro de acordo com o que está sendo lançado naquela semana também, tento manter a minha seleção de tracks o mais recente possível para também surpreender com as novidades. Acabo escolhendo o gênero que mais me surpreendeu nos dias que antecedem o mix, mantendo sempre o meu toque pessoal.
Por fim, onde você se vê em 5 anos?
Eu sonho em ter a minha própria label party ou palco nos maiores festivais do mundo. Acho que ser headliner em eventos grandes é importantíssimo, mas quero me destacar e ser reconhecido não só pelo meu som mas também pela experiência completa que quero passar ao público com a minha vibe e identidade.
Fiquem ligados no que esse jovem DJ tem pra oferecer, seguindo-o no Instagram (clicando aqui). Vocês se surpreenderão com a qualidade dos sets!
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Bruna Antero
Pós-Graduação em Engenharia de Marketing (USP); Graduação em Administração (UFPR PR); 13 anos de experiência nas áreas de marketing, trade e vendas. Onde encontrar: em algum palco underground explorando novos artistas e em alguns afters