Mila Journée começou sua história com a música eletrônica aos 16 anos. Depois de uma pausa para a faculdade, a artista voltou para a cena focada em estudar produção musical, e lançou sua primeira track em 2017. Atualmente já acumula lançamentos por gravadoras renomadas nacionais e internacionais, suas tracks já alcançaram posições de destaque nos Top Charts do Beatport e tiveram suporte de grandes artistas de todo o mundo.
Além de DJ e produtora, Mila é Bióloga e continua exercendo a profissão, de onde tira sua subsistência nesses tempos sem tocar. A gaúcha também é escritora, com 3 livros publicados e está finalizando o quarto, seu primeiro romance. Ela se define: “Sou escorpiana, hiperativa, disciplinada e persistente. Acho que são características que me ajudam e trilhar esse caminho tão diverso.”
Conversamos com ela sobre carreira, o lançamento do EP Disturbance na gravadora Hiato e mais! Confiram:
Como você descobriu seu talento para a produção musical?
Descobri através da vontade de tocar as minhas próprias faixas e conforme o tempo ia passando, eu ia percebendo um certo feeling para produção aliado a muito estudo e disciplina, claro.
Quais são os artistas que inspiram seu trabalho?
Gosto muito de Mind Against, Colyn, Stephan Jolk, Mathame…
O que mais você escuta além de música eletrônica?
Tenho escutado bastante MPB para escrever e músicas dos anos 80 durante a corrida.
Quais são os maiores desafios de ser uma DJ e produtora que vive fora dos principais polos da música eletrônica?
Verdade, eu moro em uma pequena cidade do interior do RS, chamada Santiago. E ao mesmo tempo em que estou geograficamente distante dos grandes polos de música eletrônica, estou conectada com o mundo através da web. O maior desafio para mim foi ser reconhecida pelo meu talento, ele teve que ser mais forte do que qualquer distância geográfica. Minhas produções me levaram a tocar no outro lado do oceano.
Sua primeira Gig Internacional foi no club Black Hole, na Grécia, pouco antes da pandemia começar. Como foi essa experiência?
Foi desafiadora e me pegou totalmente de surpresa, não esperava um convite tão cedo para tocar no exterior. Adorei, claro. E me abriu muitas portas mundo afora.
Qual música ou artista te faz lembrar de um momento especial na pista? Conta pra gente sobre esse momento!
Foi com a música “The Light Path” do Erly Tepshi, que abri a pista da Unity. Quando comecei o set as pessoas começaram a se aproximar, parece que uma certa conexão estava sendo estabelecida através da música. Comecei a ver as pessoas mostrando umas para as outras os arrepios em suas peles e muitos olhares emocionados. Fiquei toda a noite recebendo abraços... Bons tempos.
Qual club você tem o sonho em tocar?
No Brasil, eu quero muito tocar no D-Edge, no Warung, no Caos, no Ame Club, no Club Vibe, no Deputamadre, na Beehive, nossa, em todos (risos).
E qual foi o club mais legal que você tocou até hoje?
Vou falar de uma festa que foi muito especial pra mim, a UNITY em Caçapava do Sul, foi uma noite surreal de apresentação e conexão com o público.
Em qual festival internacional você tem mais vontade de tocar?
Tomorrowland, Time Warp, DGTL, Dekmantel, Awakenings, Loveland…
O que inspirou você a criar o EP Disturbance?
Acho que a inquietude do momento que estamos passando e as incertezas frente ao cenário da música para os próximos meses e anos. Todas essas sensações e emoções que sentimos acabam sendo transferidos para as nossas expressões artísticas, no caso a música, afinal transmitimos nossas inspirações, pirações, delírios... Então, esse EP foi inspirado no momento atual, totalmente perturbador! Concentrei toda a energia que se acumulava em mim e ao mesmo tempo me fazia sentir impotente pois não era possível comungar dela com todos. Foi com essa energia que eu criei Disturbance. Essas tracks vieram para tirar do meu âmago todos esses meses silenciosos fora das pistas. Disturbance foi produzido com a vontade de fazer ecoar uma voz forte, perturbadora e ao mesmo tempo esperançosa de nos reencontrarmos em breve. Disturbance tem uma força esmagadora que nos leva a uma transcendência sonora.
Depois do Binaryh e Blancah, que são os label bosses da Hiato, você é a primeira artista a ter um lançamento pelo selo. Como foi feito esse convite?
Sim, é uma grande honra suceder esses super artistas brasileiros. Sou uma grande fã deles. E esse convite veio através do Rene, ainda no ano passado. Ele me chamou no WhatsApp para conversarmos e assim formalizou o convite para lançar com a nova gravadora. Logo após foi marcada uma reunião (virtual) com os label bosses (Binaryh e Blancah) para que eles pudessem apresentar a proposta da HIATO. Fiquei muito feliz, honrada e com a responsabilidade gigante de entregar ao selo algo consistente e que me signifique enquanto artista.
Quais são seus planos pós pandemia?
Eu tinha alguns convites para tocar no exterior antes da pandemia começar, que espero poder retomar quando tudo isso passar. E tocar muito no Brasil, que tem uma cena eletrônica linda com super clubs que admiro muito.
Ficha Go Girl #15 – Mila Journée
Nome: Camila JornadaNasceu em: Santiago - Rio Grande do SulMúsica favorita da sua vida: For Every Forever - MathameB2B dos sonhos: BLANCAhAcompanhe mais no Instagram!
O quadro Go Girl, em parceria com a SOMUS, tem como objetivo dar destaque as DJs e/ou produtoras brasileiras que tem feito um trabalho incrível na cena.
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Jode Seraphim
Graduação em Marketing (USP); 1 ano de experiência em Marketing Digital na DHL (Alemanha); 12 anos de experiência nas áreas de marketing, mkt digital e trade. Onde encontrar: comemorando os fogos no mainstage