Entrevista

Go Girl #43: com muito Disco e House FRAAAN enche as pistas do Brasil

Otávio Apovian
We Go Out

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Entrevista

Apaixonada por conexões humanas e conectar pessoas por meio da música, a DJ, produtora, cantora e compositora gaúcha FRAAAN coleciona mais de oito anos de boas memórias, experiência nas pistas de clubs, festas, festivais e eventos de importantes marcas.

Formada em 2015 pela AIMEC, FRAAAN foi DJ oficial da Copa América 2019, tocou em eventos da New Balance, Colcci e Lez a Lez, além de estar presente em festivais como Planeta Atlantida e o Festival de Cinema de Gramado. Trabalhando em buscar sua sonoridade, a artista se encontrou no House e Disco, emocionando e deixando a pista quente e muita mão pra cima.

Explorando todos seus aspectos criativos, FRAAAN tem lançamentos autorais e em 2021 apresentou "This Is My Time", track lo-fi que conta com seus próprios vocais. Em Julho desse ano o DJ e produtor NENND apresentou um remix oficial para a track, transformando a faixa numa bomba para a pista.

Nosso Go Girl de hoje é com ela, FRAAAN! Confira o papo:

Oie FRAAAN! Tudo bem por aí? 

"Oiie, tudo lindo e vocês?!"

Começando do começo, quais são suas primeiras memórias com a música? E como a música eletrônica entrou na sua vida?

"A primeira memória que eu tenho é ainda criança, pré adolescente, quando eu ficava gravando em fita K7 minhas músicas preferidas que tocavam na programação da rádio, já meio que fazendo minhas primeiras “playlists”. Depois ficava ouvindo as fitas e cantando junto. 

"Mas dessa primeira memória até o interesse por música eletrônica tem um longo caminho. O meu primeiro amor foi o Rock. Na adolescência montei algumas bandinhas (que nunca saíram da garagem) e as minhas grandes inspirações musicais também vem desse gênero. Quando eu fiz 18 e pude começar a frequentar festas, me apaixonei por essa energia das baladas e me interessei por aquela figura que ficava ali escolhendo as músicas e fazendo a galera dançar. Quis aprender a mexer naqueles botões todos e comecei tocando pop e rock no final de 2013. Mas conforme ia pesquisando a cultura DJ me deparava com a música eletrônica e foram os remixes de Rock que o Vintage Culture fazia na época que me fez querer escutar mais o estilo e a partir disso também me arriscar a tocar algumas coisas, fazer mixagens mais elaboradas… daí fiz curso na AIMEC em 2015 e ao longo dos anos fui trocando minha preferência por estilos musicais dentro da eletrônica até chegar no que hoje toco e digo que me encontrei que é a House music e Disco Music."

Quais são as artistas mulheres que são referência para a sua carreira, e que inspiram seu som?

"Ashibah - É meu top 1 quando falamos de música eletrônica porque apesar do estilo de som não ser o mesmo que eu mais gosto, ela foi a primeira artista que vi tocando live, cantando no caso. Nunca vou esquecer, logo que fiz meu curso na AIMEC fui em uma Maori (uma festa que rola na praia no RS) e quando vi ela fazendo uma sonzeira e cantando, me inspirou demais, porque uma das minhas primeiras paixões da vida é cantar e ver a possibilidade de unir as duas coisas, foi incrível! 

Aline Rocha - Eu AMO o som que ela toca, me faz dançar felizona do início ao fim, também admiro a técnica dela e tudo que ela vem conquistando profissionalmente. É inspirador.

Avril Lavigne - Não tem nada a ver com música, mas foi a primeira artista que me fez querer viver música!"

Além de DJ, produtora, cantora e compositora, você também tocou em eventos de importantes marcas, como Hering, New Balance e Colcci. Como esse lado aflorou e como tem sido a experiência de criar a identidade sonora de tantas marcas importantes?

"O lance do Music Branding começou na pandemia quando todas as datas foram canceladas e eu precisei me reinventar para encontrar uma forma de seguir trabalhando com musica e também me manter financeiramente. Como DJ eu sempre trabalhei tocando em eventos para marcas, algumas como Hering, New Balance e Colcci, sets que exigem uma certa curadoria da marca para as escolhas musicais do momento. Eu sempre gostei de fazer isso e há muito tempo atrás já tinha tido contato com o trabalho de music branding e achava legal, mas nunca tinha parado pra me dedicar a isso.

"Com esse tempo que rolou na pandemia eu voltei o olhar pra esse trabalho, fui pesquisar como funcionava, peguei dicas com algumas pessoas do meio e entendi que além do repertório musical que a experiência como DJ me favorecia, também era necessário entender sobre branding, então aproveitei para fazer alguns cursos. Um deles inclusive, foi o que gerou as minhas primeiras clientes, minhas colegas de curso que trabalhavam com branding, marketing, consultoria de imagem, se interessaram em usar desse atributo sensorial, a audição, para comunicar suas marcas e a partir dai as coisas foram acontecendo, muito através de indicações de clientes. Com dois anos e meio de consultoria de music branding tive a felicidade de atender mais de quarenta marcas entre pessoais e corporativas."

FRAAAN

Com quase oito anos de carreira no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo com a agenda sempre agitada, você deve ter vivido momentos bem marcantes e inesquecíveis! Qual é a primeira memória que vem à cabeça quando perguntamos sobre uma noite inesperada?

"Tem alguns momentos bem legais sim, um dos mais marcantes foi ter sido convidada pra tocar no Planeta Atlântida que é um festival que acontece no RS onde eu ia todos os anos com meus amigos curtir, então tocar lá foi significativo. Mas o que mais me faz comemorar é ver a pista se divertir, dançar com vontade e também quando vejo as pessoas ouvindo minhas músicas é o que me deixa mais feliz."

Ouvindo aos seus sets podemos perceber sua profundidade de referências! Como funciona o seu processo de pesquisa musical? 

"É natural, eu sempre fui muito curiosa e ouvir música o dia inteiro de diferentes fontes, SoundCloud, Spotify, rádio… é algo comum na minha rotina, inclusive sempre presto muita atenção na trilha de séries. Acho que esse é o principio para montarmos um repertório interessante, estar sempre “de ouvidos abertos”."

Em 2021 você lançou a "This Is My Time", a primeira track que traz seus próprios vocais! Como foi o processo de produção desse som? 

"Uma tortura! Brincadeira, mas cantar apesar de ser o meu primeiro amor também é algo que sempre me deu muito medo, principalmente do julgamento dos outros, então foi MUITO DIFÍCIL conseguir me libertar desse medo e por a “voz na rua”. Enquanto estávamos gravando varias vezes eu quis desistir, me achei horrível, chorei… o pessoal da Fita de Beats que me ajudou a produzir foi bem importante nesse processo também, porque tiveram muita paciência e apoiaram muito, junto com o Tuca que também ajudou na produção e é meu professor de técnica vocal. Ao mesmo tempo, lançar foi sinônimo de libertação, pra minha surpresa recebi feedbacks muito positivos, entramos em algumas playlists, sites de música que eu admirava falaram sobre a música, foi uma surpresa muito positiva e principalmente me encorajou para seguir esse projeto, seguir mostrando minhas musicas comunicando com a minha voz."

O que podemos esperar de FRAAAN para os próximos meses? Tem alguma novidade especial que você possa compartilhar com a gente?

"MÚSICA! Já temos uma nova música em processo de finalização, adianto que dessa vez não é nem lo-fi nem eletrônica, mas mistura um pouco dos dois, a questão de uma melodia mais suave é uma característica minha a qual é difícil fugir (acho que nem quero), e a batida e Groove da música eletrônica/disco é algo que eu amo e queria muito unir. Então tentamos fazer essa misturinha nessa nova track que espero, possa lançar ainda em 2022."

  1. FICHA GO GIRL – FRAAAN
  2. Nome completo: Francieli Rosa de Souza.
  3. Onde nasceu: Em Porto Alegre/RS.
  4. Música favorita da vida: Essa é dificil demais, poderia responder umas 50, mas ouvi "You Make Me Feel-  Sylvester” me faz muito feliz!
  5. Collab dos sonhos: Purple Disco Machine, ele é uma grande referência musical também.

Leia também: Go Girl #42: Fe Bardi emociona a pista em toda sua pluralidade

Otávio Apovian

Otávio Apovian

Graduado em Publicidade (ESPM-SP); DJ e produtor musical no projeto Apollorabbit. Onde encontrar: nas pistas mais obscuras e com sons cabeçudos

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