Entrevista

Go Girl #29: Jess Benevides mergulha no que alimenta sua alma: a música

Otávio Apovian
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A DJ e produtora musical capixaba, Jess Benevides, já soma mais de sete anos de devoção à música eletrônica. Deixando de lado a carreira no Direito, Jess mergulhou de cabeça naquilo que realmente faz sua alma vibrar: a música.

Com passagens em locais renomados no Brasil como Privilege, Pacha Ibiza, Só Track Boa, Kaballah, Deputamadre, P12, Universo Paralello, Love Sessions, suportes de grandes medalhões como Vintage Culture e Bruno Be, ela ainda teve a missão de fechar uma pista para ninguém mais, ninguém menos que Alok

Com um design sonoro envolvente, dançante e enérgico, ela transita entre os braços da House Music com bastante versatilidade, linhas de baixo pulsantes e muito groove. Agora, a artista se prepara para novos e promissores voos:

Oi Jess, tudo bem? Você vem de uma região do Brasil que há alguns anos não tinha tanto apelo da música eletrônica, isso está mudando certo? Como foi que aconteceu seu interesse pelo estilo?

"Primeiramente gostaria de dizer que é um prazer estar sendo entrevistada por vocês e gostaria de agradecer por todo o carinho!

"Sim, o Espírito Santo é um estado pequeno, porém cheio de cultura. Temos uma cena eletrônica forte por aqui e ela vem crescendo cada vez mais e mais! Nos anos 2012/ 2013 tivemos uma forte onda de festas de deep house com grandes nomes internacionais e nacionais. Mesmo com pouca idade, eu já era 100% mergulhada no mundo da música eletrônica. Morei no Canadá por uns meses e a paixão aumentou ainda mais quando pude ir a alguns festivais e festas por lá quando eu tinha apenas 15 anos. 

E o que te fez ter coragem de peitar a ideia enquanto profissão? Estamos rodeadas por um cenário bem masculinizado e sabemos que é sempre um desafio extra sendo mulher. Isso foi uma força propulsora para você?

"Nunca deixei a ideia de que o cenário é masculinizado atrapalhar na minha força de vontade, pelo contrário, sempre me igualei a eles. Não gosto nem de pensar nesse problema que nós mulheres ainda enfrentamos ao ver line up de festivais e festas praticamente masculino. Espero que isso mude, e rápido, pois as mulheres merecem ter o reconhecimento e o seu merecido espaço na cena. 

"A ideia de peitar a profissão de DJ surgiu logo quando comecei a tocar, por força e incentivo do público e dos meus contratantes. A vida de Dj foi uma coisa que aconteceu naturalmente para mim. Eu fazia faculdade de Direito, e, no 7 período, quando menos esperava, já estava trabalhando todos os finais de semana como DJ e inclusive tocando em várias festas fora da minha cidade e Estado. Me lembro do diretor da minha faculdade me parando e parabenizando pelo meu novo caminho e de diversos professores indo aos meus shows. Nunca duvidei que esse era o caminho certo a seguir, mesmo assim, terminei a faculdade e fui aprovada na prova da OAB, mas nunca exerci. 

Então... conta melhor essa história de nunca exercer a carreira de Direito, como foi para sua família e amigos quando você contou a ideia de ser DJ?

"Meus pais são dois anjos que Deus colocou no mundo. Sempre apoiaram todas as minhas decisões e com essa não foi diferente. Me lembro de que meu pai só me falou uma frase: "Vou te apoiar no que você quiser, mas por favor, só termine a faculdade, você já está no final", mal sabe ele que nunca passou pela minha cabeça simplesmente largar a faculdade, rs.

"Formei, levei tudo junto, carreira, faculdade e até estágios! Não foi fácil, mas confesso que foi prazeroso, pois eu estava muito feliz em ter me encontrado na música! Meus amigos me apoiaram e apoiam até hoje, indo aos shows, viajando comigo, compartilhando minhas mídias… Eles são maravilhosos! Sem dúvidas a força que tive de todos eles e da minha família foram e são primordiais para eu seguir em frente!

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Você diz que gostaria de mudar a vida das pessoas através da música e também levar força, atitude. A música representa isso para você? Quem são as DJs que transformaram seu estado de espírito em uma pista?

"Sem dúvidas! A música para mim é cura, quando estou tocando ou curtindo uma pista minha mente vai beeeem longe, e eu amo isso! Amo reunir meus amigos para ouvir música, ouvir sozinha, curtir algum DJ que amo! Simplesmente AMO  a música e acredito que sem ela o mundo seria muito infeliz! Tudo está relacionado com a música!

"A DJ que mais me fez emocionar até hoje foi a Nora En Pure. Peguei a pista depois dela e confesso que foi um dos melhores momentos da minha carreira! A Nora tem um estilo e uma vibe única! Inesquecível!

Quais são as produtoras mulheres do Brasil que você mais admira? Existe algum nome feminino que você gostaria de dividir as cabines?

"Temos tanta DJ linda e talentosa nesse Brasil que fica quase impossível escolher a que mais admiro mas não poderia deixar de citar a Dj e produtora Carol Seubert, minha amiga e incrível Dj. Acredito muito no potencial dela! Já dividimos as cabines uma vez na Bahia e foi incrível!

Você recebeu suportes importantes como o do Vintage Culture, o que mais vem por aí em termos de produção musical? E gigs, como está a agenda para esse verão tão aguardado?

"Vocês podem aguardar muita música para 2022. Já tenho algumas prontas para lançamento e outras ainda em construção. 2022 promete para mim ser um ano de mudanças, quando lançarei o meu maior projeto da minha carreira, mas, ainda é segredo, rs!

"O verão está agitadíssimo! Agenda super lotada! Irei conhecer estados que nunca toquei antes e festas em locais incríveis! Estou muito animada. Vocês podem acompanhar toda a minha agenda no meu instagram jessbenevides!

Ficha Go Girl - Jess Benevides

  1. Nome: Jessica Benevides
  2. Onde nasceu: Vitória, Espírito Santo
  3. Música Favorita da vida: Dem Howl (Joris Voorn Miix)
  4. Collab dos sonhos: Nora En Pure

Leia também: Go Girl #28: Conheça AYN, a mulher que tem misturado sonoridades magnéticas da cultura árabe ao Techno

Otávio Apovian

Otávio Apovian

Graduado em Publicidade (ESPM-SP); DJ e produtor musical no projeto Apollorabbit. Onde encontrar: nas pistas mais obscuras e com sons cabeçudos

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