Entrevista

Morando em Lisboa há cinco anos, Madson Carpenter conta como é a cena underground local

Otávio Apovian
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Entrevista

O comportamento humano dentro de uma determinada cultura e/ou costumes é algo muito interessante a se observar. No desenrolar da música eletrônica de pista pelo mundo não é diferente. Mesmo havendo diferenças que vão desde a predominância de estilos, ciclos distintos a níveis regionais, postura do público, modismos e características particulares, há também o paradoxo da similaridade. Amamos a essência, amamos dançar e por aí vai…

Mas seria um erro dizer que somos iguais e essa é a mística da cultura pelo mundo. Algo ímpar em cada canto, em cada nicho. Ao cruzar o oceano e adentrar o continente europeu dá pra encontrar um caleidoscópio por si só. Cada país tem suas características muito bem delineadas, o que dá um belo estudo de caso individual. Mas hoje, vamos entender um pouco a cena portuguesa aos olhos de um personagem da nova geração brasileira: Madson Carpenter.

De Araranguá/SC e radicado em Lisboa, ele já teve algumas gigs importantes por lá como o LXMusic, que abriu as portas para ele dentro do cenário local, e também em países vizinhos, o que, além das vivências, já concede uma boa percepção de como a banda toca por lá. É o que ele nos mostra logo abaixo, através de um depoimentos sobre como são os rolês de Lisboa:

Madson Carpenter

A cena na europa foi sempre algo que despertou minha atenção. Há 5 anos, quando me mudei para Portugal, comecei a ir em todos os clubs de música eletrônica: Lux Frágil, Ministerium, Europa, Kremlin, além das label-party LX Music, Fuse, Bloop ou Vértice. Foi indo nessas festas que descobri a música da capital.

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Lisboa na questão de música eletrônica é bastante versátil, você pode ouvir desde de o House ao Techno, com alguns pontos mais fortes no Tech-House e no Techno, mas desde de o início foi o techno que me conquistou, muito diferente daquilo que ouvia nas pistas do Brasil. DJs nacionais como Rui Vargas, Dexter, Norbak, Vil ou Temudo, me mostraram um lado escuro da música mas com muito ritmo, algo novo que mudou minha percepção sobre o Techno.

Além das festas da LXMUSIC ou Disturb, desde o meu primeiro ano em Lisboa passava sempre pela discoteca Lux Frágil, lá ouvi grandes nomes internacionais mas os que mais me "ensinaram" sobre uma boa biblioteca musical e mixagem, foram os residentes Rui Vargas e Dexter, que sempre conseguiam ter a música certa para qualquer momento. 

Vivendo a noite Lisboeta você percebe que é preciso ser versátil para entender uma pista e ter personalidade para transmitir sua essência.

Por Maria Angélica Parmigiani

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Otávio Apovian

Otávio Apovian

Graduado em Publicidade (ESPM-SP); DJ e produtor musical no projeto Apollorabbit. Onde encontrar: nas pistas mais obscuras e com sons cabeçudos

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