Depois de dois anos de espera, a Tribe voltou a receber milhares de fãs da música eletrônica para seu aniversário de 20 anos na Arena Maeda, em Itu, interior de São Paulo. Durante as 17 horas de festa, o festival entregou em seus quatro palcos mais de 40 artistas de diferentes vertentes do Psytrance, Techno e House, que foram desde os nomes queridinhos do público como Boris Brejcha, Vegas e Astrix, como alguns estreantes como WhoMadeWho, Be Svendsen e Guy Mantzur.
Estrutura
A Arena Maeda, um dos melhores espaços do Brasil para festivais de grande porte, foi montada de uma forma estratégica para que as pistas tivessem tamanho suficiente para receber a galera e sem interferência no som de uma para a outra. A decoração dos palcos mostrou uma versão mais moderna, sem perder as raízes tribais do festival, cada um adaptado para combinar com o estilo da música. Os painéis em LED do palco Tribe Club foram um show à parte que deram ainda mais intensidade nas apresentações dos artistas de Techno, assim como as molduras ao redor da pista do Solaris trouxeram à nostalgia das Raves para os amantes de Psy Trance.
Com uma área coberta e diversas opções de comida, a área de alimentação também foi lugar para o público dar uma descansada e se protegerem da chuva na madrugada, já que as pistas não ofereciam cobertura. Banheiros e Caixas estavam bem distribuídos pelo espaço, mas sentimos falta de caixas ambulantes para agilizar o processo de compra de consumação.
Bebidas
Os preços das bebidas seguiram o padrão dos grandes festivais desse ano, com cerveja por R$15, água por R$10 e drinks a partir de R$40. Para poder consumir, era necessário comprar um cartão de consuma no valor de R$7,00, que podia ser trocado por uma garrafa de água na saída do evento. Confira abaixo a tabela de preços:
Apresentações
As performances começaram aquecidas desde o início do festival. Com o estreante Mindfreak abrindo o palco Tribe Club, o Techno passou por diversas as vertentes, do Melódico ao Acid, passando pelo Peak Time chegando até o High Tech Minimal, do aguardado Boris Brejcha. Eli Iwasa controlou a pista com toda sua maestria e feeling apuradíssimo, o duo Township Rebellion chegou quebrando tudo, e Renato Ratier construiu um set marcante, que foi seguido pela sequência de apresentações da label FCKNG SERIOUS. Começando a trilogia, Ann Clue abriu o espaço para uma sonoridade intensa, crua e afiada, com um toque único. Moritz Hofbauer, conhecido por ser o garoto prodígio de Boris Brejcha, seguiu no comando da pista Tribe Club trazendo todo seu espírito jovem e moderno, criando um set de atmosfera coesa e integrada. Fechando a tríade de apresentações, Boris Brejcha, ou o "Bruxo", como os fãs o apelidam carinhosamente, entregou tudo o que os fãs mais assíduos esperavam e muito mais. A manhã seguiu com nomes de peso com Enrico Sangiuliano, D-Nox e muito mais.
O Palco Secret Garden foi o espaço em que o Tech House rolou solto. Com alguns dos maiores nomes nacionais e internacionais e uma estrutura minimalista mas imponente, com um ar tecnológico e ao mesmo tempo orgânico. Brisotti botou o palco abaixo, com seu estilo único, alegre intenso e dançante, Gabe entregou tudo que os fãs esperavam, tanto na sua apresentação solo quanto no B2B com Gordo. Falando nos astros internacionais, Loco Dice trouxe sua energia própria e singular e Gordo trouxe sua energia excepcional, com toques latinos e Eddy M com trouxe todo o seu groove inigualável.
O palco Backstage teve sua primeira versão nesse ano, com acesso apenas para quem comprava o ingresso Backstage ou Área Vip e, mesmo com a restrição de público, ficou movimentado durante praticamente toda a noite, com picos durante os Live Acts do trio experimental dinamarquês WhoMadeWho e de outro artista dinamarquês, o místico Be Svendsen.
Com toda a sua decoração e estrutura criando uma atmosfera à parte, o Palco Solaris recebeu alguns dos maiores nomes do Psytrance nacional e internacional, proporcionando uma sensação de união e muita energia. Além de dois sets no Palco Tribe Club, Gabe apresentou um set como pseudônimo Wrecked Machines, que foca em BPMs mais elevados, com a sonoridade voltada ao Psy. Vegas, Astrix, Avalon, Vini Vici já estão acostumados com o público brasileiro, e apresentaram sets poderosos e cheios de clássicos. Apesar da chuva, o Palco Solaris foi um recorte do cenário Psytrance já muito consolidado no Brasil.
Mesmo com momentos de chuva e o frio comum para o mês de Maio, o Tribe Festival 20 Anos conseguiu realizar um festival de alto nível e o investimento valeu a pena, pois o público aproveitou até o nascer do sol e voltou a sentir a energia que a Tribe oferece em mais de 20 anos de história.
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Bruna Antero
Pós-Graduação em Engenharia de Marketing (USP); Graduação em Administração (UFPR PR); 13 anos de experiência nas áreas de marketing, trade e vendas. Onde encontrar: em algum palco underground explorando novos artistas e em alguns afters