Tomorrowland, DGTL, ADE, Dekmantel, Rock in Rio e Burning Man. Todo artista de música eletrônica certamente sonha um dia em comandar o palco de algum grande festival mundial, apresentando-se para uma multidão efusiva e alcançando o prestígio de um grande player do circuito.
Seja um big evento nacional como Universo Paralello, Warung Day Festival, Tribaltech ou os destaques da gringa como Creamfields, Diynamic Festival, Awakenings, fazem parte da meta de todo artista em ascensão, e quando esses sonhos se tornam realidade, é sinal que cada esforço valeu a pena.
Para alguns DJs do cenário nacional, sonhar não custa nada, mas isso não significa que não estão trabalhando duro em busca de alcançar uma conquista tão grande como essa. Mostrando evolução ascendente e constante a cada lançamento, Redu X, YOLA, RTUR, Felipe Brizzi e Mau Maioli são alguns dos nomes para se ficar de olho quando os eventos voltarem e por isso os convidamos para compartilhar com a nossa equipe quais seriam os festivais dos sonhos que fazem parte dos planos de carreira de cada um:
Redu X | Ultra Music Festival
Sei que talvez possa ser clichê, mas o Ultra Music Festival é um sonho e meta que está sempre presente nos meus pensamentos e tem 2 motivos.
Primeiro porque foi o primeiro festival que comecei a acompanhar e ter como referência, até mesmo antes do Tomorrowland. Foi no UMF que vi a magia de um festival com um número gigantesco de pessoas aliado a uma coisa primordial que faz parte do segundo motivo: a qualidade incomparável do audiovisual nos aftermovies.
Na época quando eu ainda nem pensava em ser Produtor/DJ, meu principal foco era a carreira audiovisual. Para quem ainda não sabe, sou também videomaker e já trabalhei em diversos festivais acompanhando artistas brasileiros e estrangeiros, inclusive na edição brazuca do UMF no RJ, eu estava lá gravando o Vintage Culture e aquilo ali já foi um dos meus maiores sonhos realizados, em pelo menos ter a experiência de pisar em uma edição do UMF após ter gravado o Lukas, eu e parte da equipe que estava lá ficamos aproveitando o evento.
Acho que é inquestionável a qualidade de produção Audiovisual do festival, inclusive temos brasileiros que já fizeram parte do time do UMF em Miami (além de outras edições em outros países, incluindo o Brasil), que são os meninos da Eyedrop, um baita orgulho de ter esses talentos sendo exportados fazendo parte de uma equipe tão forte como a do Final Kid. Como também sou dessa área de atuação, o UMF sempre acabou por estar onipresente tanto nos artistas que eu reverencio e já passaram por ele, quanto também na qualidade técnica que sempre foi uma referência não só pra mim, mas pra todos também do setor audiovisual que trabalha na produção dos eventos e festas.
YOLA | Primavera Sound e Dekmantel
Nossa… difícil achar uma única resposta pra essa questão, então vou falar aqui os dois que pensei e depois explico o por que: Primavera Sound e Dekmantel.
Quando li a pergunta o primeiro pensamento que veio na minha cabeça foram as lembranças de festivais que eu já tive a oportunidade de ir e vivenciar na pele.. É claro que tem inúmeros festivais que eu nem conheço e que com certeza são muito especiais! Acho que pra um festival ou qualquer show ser memorável são muitos fatores que contribuem: local, amigos, artistas que você gosta, pessoas novas que você conhece, a infra toda do evento, entre muitas outras variáveis… Então, acabei escolhendo esses 2 pois tive a oportunidade de ir...
Eu lembro de ter ido no Primavera Sound 2015 em Barcelona - fui como “roadie” da banda de uns amigos (Terno Rei), eles tocaram por lá, então tínhamos acesso aos camarins de todos os palcos, foi uma experiência única, ver tantas bandas e artistas que éramos fãs quando adolescente, ficou guardado na memória pra sempre.. Sem contar que na minha opinião a curadoria do Primavera Sound é uma das melhores que tem, é uma pluralidade incrível - o festival acontece no Parc del Fòrum, um parque em Barcelona que fica nas margens do Mar Mediterrâneo, é lindo.. e a infra do festival é impecável, é uma experiência que quem ama música tem que viver pelo menos 1 vez na vida. Então, se um dia eu tocasse por lá seria como um sonho.
Leia Mais: https://wegoout.com.br/primavera-sound-em-barcelona/
Outro seria o Dekmantel - eu não tive a oportunidade ainda de ir no festival em Amsterdam mas acompanho de longe a muito tempo e quando eles vieram para o Brasil eu fui nas 2 edições no Jockey Club e no Playcenter - e o que tornou isso tudo ainda mais especial foi o fato da produção ser compartilhada entre os holandeses e o pessoal da Gop Tun - e o festival foi impecável, tudo foi perfeito.. curadoria, os locais, a infra estrutura, foi com certeza um dos melhores que já fui na vida.. Seria um sonho tocar em um Dekmantel, imagina se ainda fosse aqui no Brasil? É difícil falar de apenas de 1 ou 2 ou 3 festivais - como disse falei de dois que tive a oportunidade de ir..>
Mas, seria um sonho tocar em tantos festivais e festas aqui no Brasil que acompanho de longe ou algumas que já tive a oportunidade de ir.. acho nossa cena super rica de talentos, artistas incríveis, produtores, performers, a galera da produção, o pessoal da técnica e todos que se envolvem com os fests - fazer parte de uma cena que vem crescendo a cada ano é uma honra pra mim, e o que mais quero é poder aprender com essa galera que construiu toda essa história durante tantos anos e quem sabe contribuir um pouco com as minhas músicas...
Que a gente possa voltar a ter esses momentos únicos com os amigos e artistas que nós amamos o mais breve possível. “A vida sem a música seria um erro!”
Felipe Brizzi | Universo Paralello
Eu sempre quis tocar no UP Club no Universo Paralello, primeiro porque sempre fui em muitos festivais e sem dúvidas o palco principal do UP é algo fora do comum. A vibe, o lugar e os artistas que tocam sempre me fazem sonhar em um dia subir e comandar aquela cabine...
Só quem já foi pro UP consegue entender fielmente o que é estar ali. Percebo que os sets tocados pelos DJs sempre são diferenciados e desafiadores, impulsionam o público de uma forma muito diferente dos clubs. É muito interessante ver os mesmo artistas tocando lá em em clubs, festas etc. Entendo que discotecar lá faz o DJ sair da caixa, do seu “normal”, e eu fico viajando na ideia de como será o meu set no dia que a minha oportunidade chegar!
RTUR | DGTL
Como escolher apenas um festival dos sonhos para comentar quando se tem vários, né? O fator principal que me ajudou a decidir foi ver se os ideais do festival batem com os meus. E hoje, de todos que eu conheço, mais admiro e dou valor, fico com o DGTL, principalmente pelo “simples” fato da preocupação com o meio ambiente, pois eles estão trabalhando para ser considerados o primeiro festival circular do mundo, em que todo material usado no evento terá seu início, meio e fim, tudo sustentável, não gerando desperdícios. Para isso, investem pesado em tecnologias para atingir esse objetivo.
Claro que podemos ir mais além e citar o plano de energia solar, em que foi captado energia suficiente para mover um palco inteiro na edição de 2018, ou ainda falar que o festival não conta com venda de carnes, diminuindo drasticamente a emissão de CO2, visto que esse mercado tem um impacto ambiental maior que o setor de transporte… essas são só algumas das inúmeras ações de sustentabilidade deles que me faz admirá-los muito.
Sempre fui muito consciente com relação ao meio ambiente, fazendo tudo que está a meu alcance e tentando influenciar alguém próximo a também fazer a sua parte, pois se todos aqui na terra cuidassem um pouquinho e fizessem isso, eu não tenho dúvidas que estaríamos em uma situação bem melhor. Como não podemos depender disso, continuo a fazer o meu e quem sabe um dia eu possa influenciar muito mais gente.
Por esses ideais, por ser um festival diurno (que pessoalmente gosto muito, afinal dá pra aproveitar mais), e ainda contar com incríveis lineups, tenho o DGTL como Top 1 da lista de festivais dos sonhos.
Mau Maioli | Warehouse Project Manchester & Lente Kabinet
Bem, eu não tenho só um festival dos sonhos, mas vou tentar escolher dois que significariam muito. O primeiro é o Warehouse Project Manchester, um dos festivais que sempre fiquei boquiaberto com a estrutura, line up e público. Além disso, ele é realizado em uma cidade que indiretamente (afinal nunca fui pra lá) sempre me trouxe boas referências – como o Hacienda que foi um local importantíssimo para a história da música. Até para esse festival eu visualizo uma apresentação minha mais enérgica com mais músicas autorais e a mistura do Indie Dance e House que eu gosto muito.
Minha outra escolha é um festival ‘irmão’ do Dekmantel, Lente Kabinet, onde o sentimento é ainda mais forte. Pude presenciar as duas edições oficiais do dkmntl no Brasil que simplesmente mudaram minha vida. Na forma de pensar como artista e explorar como DJ. Provavelmente nesse festival eu iria explorar meu lado apaixonado pela Disco e Boogie music.
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Jode Seraphim
Graduação em Marketing (USP); 1 ano de experiência em Marketing Digital na DHL (Alemanha); 12 anos de experiência nas áreas de marketing, mkt digital e trade. Onde encontrar: comemorando os fogos no mainstage